PSG-Bayern. Quando  os Príncipes do Parque querem destronar o rei

PSG-Bayern. Quando os Príncipes do Parque querem destronar o rei


Os franceses entram em vantagem (3-2) no grande embate desta noite, recordando-se que os bávaros nunca venceram em Paris.


Quando o Paris Saint-Germain nasceu, no dia 12 de Agosto de 1970, já havia Taça dos Campeões Europeus desde 1955-56, e o grande futebol continental já tinha começado a escolher os seus favoritos, vários deles saídos das provas pré-UEFA, como a Taça Latina e a Copa Mitropa. Dos clubes franceses, Nice, Lille, Saint-Étienne e, sobretudo Stade de Reims, eram por demais conhecidos fora de França. O Reims atingira duas finais da Taça dos Campeões Europeus (1955-56 e 1958-59), conquistara a Taça Latina de 1953 e estivera presente na final de 1955; o Bordéus fora à final da mesma competição em 1950, o Lille em 1951 e o Nice em 1952.

Havia, como se calcula, muito caminho a percorrer para os parisienses que se tinham juntado sob o princípio de que uma cidade como Paris precisava de ter um clube à sua dimensão. E, pelo caminho, tiveram de assistir, primeiro à ascensão do Saint-Étienne, que perdeu a final da Taça dos Campeões para o Bayern de Munique (0-1) em 1975-76, e do Marselha, que, depois de se ver derrotado pelo Estrela Vermelha no jogo decisivo de 1990-91, se tornou no primeiro e único clube francês a vencer a prova na época de 1992-93.

Em 1985-86, ano do primeiro título nacional do Paris-Saint Germain, já o seu adversário desta noite, no Parque dos Príncipes, tinha um pecúlio impressionante: nove vezes campeão da Alemanha, três Taças dos Campeões e uma Taça das Taças. Curiosamente, a primeira competição continental em que o PSG atingiu a final, em 1996-97, sendo derrotado pelo Barcelona, embora já tivesse aparecido numa meia-final da Liga dos Campeões em 1994-95, com uma equipa comandada pelo treinador português Artur Jorge, e com jogadores como Ginola, Weah, Ricardo Gomes e Valdo, o que não evitou a eliminação face ao Milan.

Hoje em dia, o PSG já tem no alforge títulos suficientes para encher o peito de medalhas: nove vezes campeão de França – sete das quais nos últimos oito anos; 13 Taças de França; uma Taça das Taças (1995-96); uma final perdida da Taça das Taças (1996-97) e outra final perdida na Taça dos Campeões, a da época passada, no Estádio da Luz, face ao Bayern (0-1).

O sonho Que o Paris Saint-Germain tem uma das mais fortes equipas da Europa, ninguém tem dúvidas, e a presença na final da Champions da época passada é já testemunha disso. Se já é um clube de verdadeiro estatuto europeu, capaz de ultrapassar o momento de uma final perdida e passar para o lado dos vencedores, andamos ainda a duvidar nas épocas que a antecederam, tal a dificuldade com que se depara de cada vez que defronta os gigantes da Europa.

Neste momento, inflamados pela vitória em Munique (3-2), no jogo da primeira mão destes quartos-de-final, os parisienses parecem estar, mais do que nunca, no caminho do sonho da conquista da condição de campeão da Europa. Foi para isso que um catari chamado Nasser Al-Khelaifi, dono da Qatar Sports Investments, comprou o clube e trouxe para a equipa agora orientada pelo argentino Mauricio Pochetino jogadores como Neymar, Di Maria, Verrati ou Mbappé.

Na passada quarta-feira, o jogo entre franceses e alemães foi de tirar o fôlego. E desde que se encontraram pela primeira vez, na época de 1995-96, os resultados revelam uma inequívoca vantagem para o PSG: 6 vitórias e 4 derrotas em dez jogos. Mais ainda: ao contrário dos parisienses, que já venceram em Munique por duas vezes, o Bayern perdeu sempre em Paris. Não há dúvida que o jogo de logo, no Parque dos Príncipes, promete e muito. Mas ninguém tirará ao PSG o estatuto de favorito para chegar às meias-finais.