Autotestes apanharam 18 casos “positivos” na primeira semana

Autotestes apanharam 18 casos “positivos” na primeira semana


Autotestes começaram a ser vendidos na passada quarta-feira. Até ontem o SNS24 recebeu 18 contactos de pessoas assintomáticas que tiveram um resultado positivo. Todas têm de fazer novo teste para confirmar diagnóstico.


A linha SNS24 já começou a receber contactos de quem comprou testes de autodiagnóstico à covid-19, os utilizou e viu aparecer as duas linhas que, como num teste de gravidez, indicam um resultado positivo. Uma semana depois de os primeiros autotestes começarem a ser vendidos no país, a DGS, o Infarmed e o INSA, numa resposta conjunta ao i, indicam que foram registados 18 contactos de utentes assintomáticos que comunicaram resultado de autoteste positivo. Não é feito um balanço de quantos testes foram vendidos neste período, sendo que a circular que definiu as regras de utilização de testes prevê que sejam reportados dados de vendas ao Infarmed tanto por parte das farmácias como das parafarmácias (locais de venda de medicamentos não sujeitos a receitas médicas). Apenas a Sonae, que desde a semana passada vende testes nas parafarmácias Well’s, indicou ao i que nos primeiros dois dias foram comercializados 10 mil testes e que a procura se manteve depois da Páscoa. Não está assim a ser feito um rastreamento dos testes vendidos, sendo a recomendação das autoridades que pessoas que tenham um resultado positivo ou inconclusivo contactem o SNS24.

O que acontece depois? A DGS reforçou ontem ao i que quando os utentes transmitem resultado inconclusivo ou positivo é emitida automaticamente uma requisição de teste laboratorial COVID-19 (RT-PCR). Assim, todas as pessoas que têm um resultado positivo e o comunicam fazem um teste de confirmação de diagnóstico, não sendo válido por si só o resultado do autoteste. O próprio folheto informativo dos testes que estão a ser comercializados refere apenas que um resultado positivo significa que “é muito provável que tenha covid-19”. O encaminhamento para o segundo teste é feito pelo SNS24, que passa a requisição. Aqui, o procedimento passa a ser idêntico para os restantes casos: isolamento e rastreio de contactos por parte das equipas de saúde pública.

Além do SNS24, a circular que definiu as regras de utilização de autotestes previa o lançamento de uma plataforma de notificação de resultados online. “A solução digital para reporte dos resultados está neste momento em preparação, prevendo-se que seja disponibilizada brevemente, enquanto complemento do SNS 24. Até lá apela-se à utilização deste recurso por parte dos cidadãos”, dizem as três entidades, sem avançar uma data para o lançamento da nova aplicação.

Continua a haver apenas uma marca de testes com autorização para ser vendida como autotestes, os testes da empresa Biosensor. No folheto informativo pode ler-se que o desempenho do teste foi avaliado usando amostras de 146 participantes num estudo em Berlim, todos adultos com sintomas. O teste rápido identificou corretamente 82,5% de pessoas infetadas e 100%_das pessoas não infetadas identificadas por PCR. “Isto significa que de 100 pacientes realmente infetados, o teste deteta 83. Se for feito dentro de cinco dias do início de sintomas, o teste identificará 86 de 100 pacientes infetados”, indica o folheto. No caso de pessoas assintomáticas, não são apresentados dados sobre os resultados expectáveis.