Covid-19. Marcelo admite estado de emergência até maio

Covid-19. Marcelo admite estado de emergência até maio


Marcelo começa esta terça-feira a ouvir os partidos e fala ao país na quinta-feira. Presidente admite que vacinação “não correu bem”.


O Presidente da República vai começar a ouvir, hoje à tarde, os partidos sobre a renovação do estado de emergência. Depois da reunião com os especialistas, no Infarmed, Marcelo Rebelo de Sousa ouve os partidos na terça e quarta-feira e fala ao país na quinta-feira.

O chefe de Estado prevê que o estado de emergência vá sendo prolongado, pelo menos, até maio. “Havendo um plano de desconfinamento até maio, quer dizer que há atividades confinadas parcialmente até maio. E, portanto, é muito provável que haja estado de emergência a acompanhar essa realidade, porque o estado de emergência legitima aquilo que, com maior ou menor extensão, são restrições na vida dos portugueses. E, por isso, além desta renovação, que é praticamente certa, é provável que haja outra ou outras renovações dependendo de como o plano de desconfinamento é executado”, disse.

Depois de visitar uma escola, em Lisboa, nesta segunda-feira à tarde, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que esteve ao lado do Governo na decisão de reabrir as creches, pré-escolar e o primeiro ciclo. “A escola tem um papel essencial. Foi bem escolhido da parte do Governo e teve o apoio do Presidente da Republica o ser a escola uma peça essencial no processo de abertura”, disse Marcelo, depois de surgirem notícias de divergência entre Belém e o Governo no plano de desconfinamento.

“Não correu bem” Marcelo Rebelo de Sousa falou também sobre o processo de vacinação e admitiu que “não correu bem” na Europa. “Não correu bem, em primeiro lugar, quanto ao fornecimento de vacinas. Não houve uma capacidade de produção e de entrega correspondente àquilo que era o contratado e isso teve consequências em todos os países da União Europeia”.

Marcelo admitiu também que “não correu bem” a posição dos vários países europeus sobre a suspensão da vacinação, porque a União Europeia é uma união, não é um somatório de egoísmos. Não é correr bem cada um por si, isoladamente, tomar a decisão de suspender ou não suspender”.

Marcelo alertou que é preciso que este episódio sirva como lição para o futuro. “A Europa não pode ser o reino dos egoísmos e dos individualismos. Tem de ser um projeto comunitário”, acrescentou.

O Presidente da República aproveitou para garantir que a vacina da AstraZeneca é “segura” e não há nenhum problema em retomar o processo de vacinação para “chegarmos ao final de agosto ou princípio de setembro com um grau de imunização claramente irreversível da sociedade portuguesa”.

O Parlamento deverá aprovar a renovação do estado de emergência na quinta-feira. Na última votação, no dia 11 de março, o decreto foi aprovado com os votos a favor do PS, PSD, CDS-PP, PAN a da deputada não inscrita Cristina Rodrigues.

PCP, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira mantiveram o voto e o Bloco de Esquerda também voltou a optar pela abstenção.

“É mais do mesmo” O PCP considerou esta segunda-feira que o prolongamento do estado de emergência “é um pouco mais do mesmo”. Jerónimo de Sousa deveria “haver outra conceção, tendo em conta o drama que está criado no pais, que atinge milhares e milhares de portugueses”. Para o PCP, são necessárias “medidas que visem o funcionamento e não encerramento” da atividade do país.