O Governo de Boris Johnson avisou os britânicos, conhecidos apreciadores do Algarve, que seria “prematuro” marcar férias no estrangeiro neste momento, nas palavras do secretário de Estado da Defesa, Ben Wallace, à BBC. “Não podemos ser surdos e cegos ao que se passa fora do Reino Unido”, acrescentou o secretário de Estado, à Sky News, referindo-se ao aumento de casos de covid-19 na Europa, recusando pôr de lado uma extensão da proibição de viagens não essenciais do Reino Unido, que durará pelo menos até 17 de maio – sobretudo numa altura em que se espalham tantas variantes preocupantes do vírus.
“Creio que toda a gente tem de esperar para ver. Nós de facto não sabemos, a situação muda tão rapidamente”, salientou Wallace à BBC. Não se trata de uma explicação particularmente confortante, sobretudo tendo em conta o histório do Governo britânico no que toca a férias. Aliás, no último verão, quando o Governo de Johnson decidiu impor restrições a viajantes vindos de vários países – incluíndo Portugal – o resultado foi o caos e muitas críticas a Londres, com britânicos a verem as férias canceladas sem reembolso, ou a darem por si a precisar de fazer quarentena no regresso ao seu país, obrigando muitos a perder dias de trabalho.
“Creio que a primeira coisa a pensar é que não vamos fazer nada que ponha em risco o esforço nacional para controlar esta pandemia”, reforçou Wallace. “Todas as indicações são de que estamos no momento certo neste momento, vamos caminhar passo a passo”, acrescentou. De facto, o Reino Unido tem registado uma queda acentuada nos novos casos – há menos de dois meses, batiam os 40 mil casos diários, este sábado registavam pouco mais de cinco mil.
Já os conselheiros científicos do Governo britânico davam respostas mais diretas que Wallace. “Creio que as viagens internacionais este verão, para o veraneante típico, infelizmente são extremamente improváveis”, avisou Mike Tildesley, do Sage.
“Creio que correremos um risco real se começarmos a ter imensas pessoas a ir para o estrangeiro em julho e agosto, por causa do potencial de trazer mais variantes para o país”, explicou à BBC. “O que é verdadeiramente perigoso é se pusermos arriscarmos a nossa campanha de vacinação com estas variantes, com as quais a vacina não funciona tão eficientemente, e alastram mais rápido”..