Alcino Lavrador. “Trabalho desenvolvido pela Altice Labs é de elevada qualidade”


Diretor-geral da Altice Labs diz que estas inovações vão facilitar “implementação do 5G e das gerações futuras de comunicações”.


Alcino Lavrador. “Trabalho desenvolvido pela Altice Labs é de elevada qualidade”

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Qual a importância desta distinção?

Alcançar 20 referências de tecnologias e soluções inovadoras em 12 projetos, ao longo de sete anos do Programa Horizon 2020, tornando-nos na instituição portuguesa com maior número de referências, significa, por um lado, que os projetos a que nos candidatamos fazem sentido e criam valor, e por outro, que o trabalho desenvolvido pela Altice Labs é de elevada qualidade, em áreas inexploradas e avançadas. Acaba igualmente por ser um prémio para todos os que na Altice Labs trabalharam nestes projetos e venceram o desafio de criar tecnologias inexistentes, mas com potencial de serem exploradas tal como o atesta a Comissão Europeia. Inovar não é fácil e exige disciplina e insistência. Nos projetos da União Europeia a que nos candidatamos, procuramos sempre incluir áreas menos exploradas e capazes de um grande potencial na melhoria das redes de telecomunicações que ligam as pessoas, as coisas e máquinas entre si. A digitalização crescente que a pandemia veio acelerar, apenas traz valor se pudermos contar com uma infraestrutura fiável, robusta e escalável em tempo real e que ao mesmo tempo seja eficiente na utilização de recursos.

Em que é que consistem estes projetos?

As inovações abrangem diversas temáticas e podemos distribuí-las entre as áreas de computação e redes de telecomunicações, na sua maioria, as que estão relacionadas com uma sociedade sustentável e que tira partido da inteligência artificial, e as que são mais orientadas à tecnologia pura e profunda, mais distantes dos produtos do dia a dia. Segundo a classificação do Radar de Inovação da Comissão europeia, 12 das 20 inovações, são ainda tecnologias no estado exploratório, que necessitam de ser aprofundadas, mas há também cinco no estado de tecnologia pronta e três em que se considera existirem já necessidades do mercado. As cinco inovações em tecnologia pronta a utilizar, estão relacionadas com a computação e redes de telecomunicações seguras. Com a transformação digital num ritmo elevado, precisamos de redes de telecomunicações que para além de serem fiáveis nos garantam a privacidade e sejam robustas aos ataques cibernéticos, auto aprendendo e auto protegendo-se ao detetarem ameaças. Por exemplo, detetando automaticamente padrões que identificam um ataque informático, as redes, sem intervenção humana serão capazes, usando estas inovações de isolarem a fonte do ataque, criarem inclusivamente um clone para combater o próprio ataque. As três inovações consideradas aptas para o mercado, são tecnologias que podem agilizar e trazer ganhos na implementação do 5G, ampliando-o e complementando-o, nomeadamente na utilização de computação de proximidade de forma a reduzir a latência na execução de serviços. Mecanismos que tratam da gestão de criação automática de funções virtualizadas próximas dos utilizadores que estão a utilizar um determinado serviço, como se estivéssemos a deslocar o Data Centre onde originalmente aquela função reside, permitem uma resposta ágil mas com os recursos necessários para a sua execução em tempo real, sem atrasos no caminho até ao Data Centre central e de volta ao utilizador. No estado exploratório temos inovações diversas que entre outras se relacionam com formas inteligentes, contextualizadas e personalizadas de recomendações de conteúdos digitais como TV, reconfiguração automática da infraestrutura de redes de telecomunicações em caso de falha e, no caso do projeto Terranova, que trouxe a vigésima inovação: a tecnologia “Fiber Extender Linecard for OLT System Uplink”, que irá permitir velocidades de terabits por segundo na futura geração de redes 6G (1 tera é 1 milhão de mega – num segundo poderemos fazer o download de 142 horas de vídeo HD).

E qual a sua importância para o dia o dia?

Muitas destas inovações ficarão “escondidas” nas redes de telecomunicações, não sendo visíveis para o utilizador comum. No entanto, facilitarão a implementação do 5G e das gerações futuras de comunicações, trazendo inteligência não só para a rede se poder auto-corrigir e reconfigurar, em caso de catástrofes ou falhas graves, como possibilitando acelerar a disponibilização de serviços avançados e diversificados numa mesma infraestrutura de telecomunicações quando hoje em dia necessitamos de redes separadas e específicas consoante a aplicação. Cirurgias controladas remotamente, diagnósticos em tempo real, bem como a verdadeira condução autónoma e a fábrica do futuro ou indústria 4.0, beneficiarão destas inovações suportando-se em redes de telecomunicações fiáveis e inteligentes. Para além da maior eficiência na utilização de recursos, promovendo a economia circular, a indústria e as cadeias logísticas, a fábrica do futuro, a medicina e a saúde serão campos de forte transformação nos anos mais próximos com novos serviços que irão aumentar a nossa qualidade de vida, onde o envelhecimento ativo e de qualidade terá destaque.

Em tempos de pandemia a apresentação deste tipo de projetos inovadores sofreu algum impasse?

A criatividade é uma das áreas profundamente afetadas pelo facto de estarmos isolados, embora trabalhando em conjunto. Não há ferramenta nenhuma que substitua uma folha em branco ou quadro de parede onde uma equipa vai escrevendo sugestões, possibilidades (umas mais absurdas que outras), caminhos que se vão riscando à medida dos comentários e argumentos dos participantes do brainstorming. A inovação é obviamente afetada. Implementamos diversas metodologias para que a criatividade, berço da inovação, não se perca, mas precisamos rapidamente de voltar a juntar pessoas à volta de um quadro com um problema para resolver, ou uma pergunta para a qual aparentemente não há resposta, mas que ao fim de algumas horas encontramos várias soluções que apenas precisam de ser analisadas tendo em conta o seu grau de probabilidade de acontecerem. Estes projetos de cooperação internacional são também fomentadores de intercâmbios culturais uma vez que as reuniões são rotativas pelos seus membros participantes. A socialização remota quando as pessoas ainda não se encontraram e se conhecem pela primeira vez, fica mais difícil. E bons relacionamentos são catalisadores de opiniões mais abertas e mais suscetíveis de criar algo novo. Daí que é mais difícil e exige mais esforço desenvolver estes projetos.

Alcino Lavrador. “Trabalho desenvolvido pela Altice Labs é de elevada qualidade”


Diretor-geral da Altice Labs diz que estas inovações vão facilitar “implementação do 5G e das gerações futuras de comunicações”.


Alcino Lavrador. “Trabalho desenvolvido pela Altice Labs é de elevada qualidade”

{relacionados}

Qual a importância desta distinção?

Alcançar 20 referências de tecnologias e soluções inovadoras em 12 projetos, ao longo de sete anos do Programa Horizon 2020, tornando-nos na instituição portuguesa com maior número de referências, significa, por um lado, que os projetos a que nos candidatamos fazem sentido e criam valor, e por outro, que o trabalho desenvolvido pela Altice Labs é de elevada qualidade, em áreas inexploradas e avançadas. Acaba igualmente por ser um prémio para todos os que na Altice Labs trabalharam nestes projetos e venceram o desafio de criar tecnologias inexistentes, mas com potencial de serem exploradas tal como o atesta a Comissão Europeia. Inovar não é fácil e exige disciplina e insistência. Nos projetos da União Europeia a que nos candidatamos, procuramos sempre incluir áreas menos exploradas e capazes de um grande potencial na melhoria das redes de telecomunicações que ligam as pessoas, as coisas e máquinas entre si. A digitalização crescente que a pandemia veio acelerar, apenas traz valor se pudermos contar com uma infraestrutura fiável, robusta e escalável em tempo real e que ao mesmo tempo seja eficiente na utilização de recursos.

Em que é que consistem estes projetos?

As inovações abrangem diversas temáticas e podemos distribuí-las entre as áreas de computação e redes de telecomunicações, na sua maioria, as que estão relacionadas com uma sociedade sustentável e que tira partido da inteligência artificial, e as que são mais orientadas à tecnologia pura e profunda, mais distantes dos produtos do dia a dia. Segundo a classificação do Radar de Inovação da Comissão europeia, 12 das 20 inovações, são ainda tecnologias no estado exploratório, que necessitam de ser aprofundadas, mas há também cinco no estado de tecnologia pronta e três em que se considera existirem já necessidades do mercado. As cinco inovações em tecnologia pronta a utilizar, estão relacionadas com a computação e redes de telecomunicações seguras. Com a transformação digital num ritmo elevado, precisamos de redes de telecomunicações que para além de serem fiáveis nos garantam a privacidade e sejam robustas aos ataques cibernéticos, auto aprendendo e auto protegendo-se ao detetarem ameaças. Por exemplo, detetando automaticamente padrões que identificam um ataque informático, as redes, sem intervenção humana serão capazes, usando estas inovações de isolarem a fonte do ataque, criarem inclusivamente um clone para combater o próprio ataque. As três inovações consideradas aptas para o mercado, são tecnologias que podem agilizar e trazer ganhos na implementação do 5G, ampliando-o e complementando-o, nomeadamente na utilização de computação de proximidade de forma a reduzir a latência na execução de serviços. Mecanismos que tratam da gestão de criação automática de funções virtualizadas próximas dos utilizadores que estão a utilizar um determinado serviço, como se estivéssemos a deslocar o Data Centre onde originalmente aquela função reside, permitem uma resposta ágil mas com os recursos necessários para a sua execução em tempo real, sem atrasos no caminho até ao Data Centre central e de volta ao utilizador. No estado exploratório temos inovações diversas que entre outras se relacionam com formas inteligentes, contextualizadas e personalizadas de recomendações de conteúdos digitais como TV, reconfiguração automática da infraestrutura de redes de telecomunicações em caso de falha e, no caso do projeto Terranova, que trouxe a vigésima inovação: a tecnologia “Fiber Extender Linecard for OLT System Uplink”, que irá permitir velocidades de terabits por segundo na futura geração de redes 6G (1 tera é 1 milhão de mega – num segundo poderemos fazer o download de 142 horas de vídeo HD).

E qual a sua importância para o dia o dia?

Muitas destas inovações ficarão “escondidas” nas redes de telecomunicações, não sendo visíveis para o utilizador comum. No entanto, facilitarão a implementação do 5G e das gerações futuras de comunicações, trazendo inteligência não só para a rede se poder auto-corrigir e reconfigurar, em caso de catástrofes ou falhas graves, como possibilitando acelerar a disponibilização de serviços avançados e diversificados numa mesma infraestrutura de telecomunicações quando hoje em dia necessitamos de redes separadas e específicas consoante a aplicação. Cirurgias controladas remotamente, diagnósticos em tempo real, bem como a verdadeira condução autónoma e a fábrica do futuro ou indústria 4.0, beneficiarão destas inovações suportando-se em redes de telecomunicações fiáveis e inteligentes. Para além da maior eficiência na utilização de recursos, promovendo a economia circular, a indústria e as cadeias logísticas, a fábrica do futuro, a medicina e a saúde serão campos de forte transformação nos anos mais próximos com novos serviços que irão aumentar a nossa qualidade de vida, onde o envelhecimento ativo e de qualidade terá destaque.

Em tempos de pandemia a apresentação deste tipo de projetos inovadores sofreu algum impasse?

A criatividade é uma das áreas profundamente afetadas pelo facto de estarmos isolados, embora trabalhando em conjunto. Não há ferramenta nenhuma que substitua uma folha em branco ou quadro de parede onde uma equipa vai escrevendo sugestões, possibilidades (umas mais absurdas que outras), caminhos que se vão riscando à medida dos comentários e argumentos dos participantes do brainstorming. A inovação é obviamente afetada. Implementamos diversas metodologias para que a criatividade, berço da inovação, não se perca, mas precisamos rapidamente de voltar a juntar pessoas à volta de um quadro com um problema para resolver, ou uma pergunta para a qual aparentemente não há resposta, mas que ao fim de algumas horas encontramos várias soluções que apenas precisam de ser analisadas tendo em conta o seu grau de probabilidade de acontecerem. Estes projetos de cooperação internacional são também fomentadores de intercâmbios culturais uma vez que as reuniões são rotativas pelos seus membros participantes. A socialização remota quando as pessoas ainda não se encontraram e se conhecem pela primeira vez, fica mais difícil. E bons relacionamentos são catalisadores de opiniões mais abertas e mais suscetíveis de criar algo novo. Daí que é mais difícil e exige mais esforço desenvolver estes projetos.