Conquistas. Portugal e as suas 531 medalhas no atletismo


Portugal brilhou no Campeonato Europeu de Pista Coberta, mas a história das medalhas de atletismo no país não é nova, e já valeu muitos pódios ao país.


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Portugal arrecadou, até agora, um total de 531 medalhas nas modalidades do atletismo, entre provas individuais e coletivas, campeonatos europeus, mundiais e até nos Jogos Olímpicos.

As mais recentes conquistas no Campeonato Europeu de Pista Coberta são o espelho de décadas de várias vitórias ao longo dos anos nos diferentes tipos de competições, sejam elas maratonas ou corridas de 10 mil metros.

Por entre as mais de 500 medalhas vencidas por atletas portugueses um pouco por todo o mundo, é importante relembrar aqueles que, não tendo nascido no país, escolheram as cores nacionais para competir, e permitiram a Portugal chegar a novos pódios. Auriol Dongmo e Pedro Pichardo são os protagonistas do atual momento, mas a história das naturalizações no país vem de trás. Basta lembrar-se de nomes como Francis Obikwelu, nascido na Nigéria, que conquistou nove medalhas com as cores de Portugal, entre as quais a prata nos 100 metros, nos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004.

É importante também contar a história de Eduardo Mbengani, nascido em Angola, filho de pai congolês e mãe angolana, que chegou a Portugal aos 6 anos de idade, fugindo da guerra civil que se fazia sentir no território naquele momento. Apesar de viver em Portugal desde os 6 anos, Mbengani só conseguiu a nacionalidade aos 23 anos, em 2008, tal como aconteceu com Yazaldes Nascimento, que nasceu em São Tomé e Príncipe mas veio para Portugal aos cinco anos, tendo só conseguido a nacionalidade aos 20.

Desde Cuba até à Bulgária, passando por Cabo Verde, Brasil e até Marrocos, a história do atletismo português tem em si uma forte influência de atletas que, não tendo nascido no país, mas muitas vezes vivendo em Portugal desde jovens, decidem representar as cores da bandeira nacional nos diferentes torneios.

E para acrescentar ainda mais diversidade a estas medalhas, importa falar também dos atletas portugueses que, nascidos no estrangeiro, filhos ou netos de emigrantes, acabam por escolher as cores de Portugal para praticar a modalidade. Foi o caso, por exemplo, de Maribel Gonçalves, a atleta madeirense que nasceu na Venezuela, e que venceu o ouro na Taça da Europa de Marcha, em 2005, e de Jéssica Augusto, uma das mais medalhadas atletas portuguesas, que nasceu em Paris, neta de emigrantes portugueses na França.

Dois nomes surgem de imediato quando olhamos para a história do atletismo no país: Carlos Lopes e Rosa Mota.

O atleta do Sporting Clube de Portugal foi o primeiro a vencer uma medalha pelo país na modalidade do atletismo, após vencer o Campeonato do Mundo de Corta-Mato, no País de Gales, em 1976, o que lhe valeu a medalha de ouro. Poucos meses depois, no entanto, viria um dos momentos altos da sua carreira e da presença portuguesa nos Jogos Olímpicos: a prata nos 10.000 metros nos Jogos de Montreal, no Canadá. Recorde-se ainda que Carlos Lopes venceu ainda a medalha de ouro da Maratona nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles, a primeira medalha dourada para Portugal neste canto dos Jogos Olímpicos.

Mas se se fala de Jogos Olímpicos, é também no nome de Rosa Mota que se tem de pegar. A atleta do Porto, que deu nome ao antigo Palácio do Cristal, no centro da cidade, venceu a primeira medalha de ouro feminina em 1982, na Grécia, após conquistar a maratona no Campeonato Mundial. Uns anos depois, no entanto, a atleta viria a brilhar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, ao conquistar o bronze na Maratona, e o momento alto chegaria nos Jogos de Seul, em 1988, com a medalha de ouro, a primeira nos Jogos Olímpicos para a atleta.