Rio de Janeiro. “Desforra” em 2022
As luzes do Sambódromo, “casa” do maior Carnaval do mundo, mantêm-se ligadas, desta vez, não para iluminarem o corso feito de luz, samba e sensualidade, mas para homenagearem as vítimas da covid-19. A cada dez segundos, as cores mudam: lembrando cada uma das dez escolas de samba que dão corpo e alma ao Carnaval da “Cidade Maravilhosa” – vai ser assim até sábado. Como é tradicional, na sexta-feira antes da folia, o presidente do Rio, Eduardo Paes, entregou as chaves da cidade ao Rei Momo, símbolo do Carnaval. Mas este ano ficamos mesmo por aqui. “Em 2022, faremos o maior Carnaval da história”, prometeu Paes.
Veneza. Diversão à distância
“Uma explosão de diversão, improvisações, disfarces, música e entretenimento”. Assim anuncia a organização do Carnaval de Veneza o programa de festas para 2021. Ao mesmo tempo, as ruas da cidade de água permanecem vazias, num contraste doloroso quando comparado com as enchentes que, por esta altura, nos anos anteriores, enchiam a cidade. O Carnaval de Veneza vive-se, este ano, exclusivamente online. O programa desenrolou-se ao longo dos últimos dias, e tem hoje o seu último capítulo (a partir das 16h00, hora de Lisboa). Nas redes sociais oficiais do Carnaval de Veneza haverá encontros, curiosidades e histórias sobre o passado e o presente do evento.
Mardi Gras. Casas alegóricas
Tudo começou com uma brincadeira quando o Mardi Gras (terça-feira gorda) foi cancelado em Nova Orleães, nos EUA, em novembro do ano passado. O objetivo era que os habitantes transformassem as suas casas como se de um carro alegórico – que este ano não sai à rua – se tratasse. A moda pegou. Segundo a Globo, milhares de casas e lojas apareceram decoradas com personagens do Mardi Gras e temas do sul dos EUA. Estas festas começam a dia de Reis e terminam no dia de Carnaval. Mais de três mil casas foram decoradas. Milhares de pessoas visitam Nova Orleães nesta altura. Este ano, ficamo-nos pelas fotos que são de cortar a respiração.
Binche. Vemo-nos no próximo ano
O anúncio foi feito com tristeza pelo vice-presidente da câmara de Binche, Laurent Devin: devido à crise sanitária, um dos carnavais de rua mais antigos da Europa foi cancelado. Falamos da pequena cidade de Binche, no sul da Bélgica. No entanto, se a pandemia deixar, a promessa ficou feita: “Vejo-vos nos dias 27 e 28 de fevereiro e também no 1.º de março de 2022”. Para amenizar a saudade, a página de Facebook deste carnaval vai mostrando vídeos e fotos de anos anteriores e as conhecidas personagens de Gilles de óculos verdes e bigodes finos vão, em segurança, mostrando o ar da sua graça.
Santa Cruz de Tenerife. Normalidade adiada
O Carnaval de Santa Cruz de Tenerife de 2020 viveu-se num clima estranho, rodeado pelos incêndios que fustigavam as ilhas da Gran Canária e de Tenerife, difíceis de combater devido ao calor, ventos fortes, neblina e mar agitado. O clima premonitório não permitia, todavia, prever que no ano seguinte as coisas seriam ainda piores. Em 2021, nem estranho, nem nada. O Carnaval de Santa Cruz de Tenerife, a que acorrem centenas de milhares de pessoas, foi este ano cancelado. É com tristeza e resignação que o arquipélago vive órfão das sua festa mais emblemática, mas também com esperança que 2022 traga finalmente alguma normalidade.
Colónia. Carnaval Drive-in
A principal praça de Colónia está hoje vazia, em profundo contraste com os anos anteriores – onde muitos milhares de pessoas brincavam ao Carnaval, cantando e dançando à sombra da mítica catedral da cidade. Embora o Carnaval tenha sido cancelado devido à pandemia, os foliões de Colónia não baixaram os braços, e lograram “ludibriar” a pandemia, pelo menos por algumas horas. No domingo, mais de 300 pessoas participaram no Carnaval drive-in, não deixando de cumprir a tradição. Fantasiados, vestindo as habituais roupas coloridas (imagem de marca do evento), os foliões vibraram com apresentações musicais a partir dos seus carros.
Basileia. 72 horas a pensar no ano passado
O Carnaval de Basileia tem início, todos os anos, na segunda-feira a seguir à quarta-feira de cinzas (sempre às 4h da manhã) dura 72 horas exatas e é o mais importante Carnaval da Suíça. A tradição remonta a 1835 e integra a lista restrita do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO desde 2017. Vinte mil pessoas participam ativamente na preparação do festival, que atrai anualmente cerca de 220 mil visitantes mas este ano será diferente. A pandemia já afetou os festejos na edição do ano passado mas este ano a festa foi cancelada. “A segurança e proteção da população, assim como o combate ao coronavírus são prioridades”, diz a organização.
Nice. Desde 1294 à espera da alegria
É um dos carnavais mais famosos de França mas este ano a folia não sai à rua. Os festejos do Carnaval de Nice foram cancelados para tentar travar a pandemia de covid-19. É mundialmente famoso e atrai quase um milhão de visitantes de todas as nacionalidades todos os anos, resultando em quase 30 milhões de euros em receitas. Este Carnaval surgiu no ano de 1294, quando o conde de Provence Charles d’Anjou passou o “dia a alegria do Carnaval”, sendo muito influenciado pelo Carnaval de Veneza. É dos mais importantes carnavais da Riviera Francesa mas a pandemia obrigou ao seu adiamento para 2022.