Agência Europeia de Medicamentos admite “preocupações” sobre eficácia de vacinas em novas variantes do SARS-CoV-2

Agência Europeia de Medicamentos admite “preocupações” sobre eficácia de vacinas em novas variantes do SARS-CoV-2


EMA vai “desenvolver orientações para os fabricantes que planeiam alterações às vacinas covid-19 existentes para combater as novas variantes do vírus”.


A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) admitiu, esta quarta-feira, "preocupações" acerca da eficácia das vacinas contra a covid-19 no combate a novas variantes do SARS-CoV-2. O regulador europeu revelou que está a desenvolver orientações para os fabricantes, nomeadamente os já autorizados.

"A EMA aprovou três vacinas para utilização na UE: Comirnaty [da Pfizer-BioNTech], vacina covid-19 Moderna e vacina covid-19 AstraZeneca. Há preocupações de que algumas destas mutações possam ter impacto em diferentes graus na capacidade das vacinas de proteger contra infeções e doenças", refere a EMA em comunicado.

A agência europeia destaca que "uma redução na proteção contra doenças leves não se traduz necessariamente numa redução na proteção contra formas graves da doença e das suas complicações", sendo por isso necessário "recolher mais provas".

A EMA vai agora “desenvolver orientações para os fabricantes que planeiam alterações às vacinas covid-19 existentes para combater as novas variantes do vírus”.

“A fim de considerar opções para testes adicionais e desenvolvimento de vacinas eficazes contra novas mutações de vírus, a agência solicitou a todos os criadores de vacinas que investiguem se a sua vacina pode oferecer proteção contra quaisquer novas variantes, por exemplo, as identificadas no Reino Unido, África do Sul e Brasil, e apresentem dados relevantes”, lê-se.

Assim, o regulador irá publicar em breve um “documento de reflexão que apresentará os dados e estudos necessários para apoiar as adaptações das vacinas existentes às mutações atuais ou futuras da SARS-CoV-2 na UE”.

A EMA destaca ainda que “tipicamente, os vírus sofrem mutações quando o material genético do vírus muda” e “isto acontece a ritmos diferentes para vírus e mutações diferentes”, não afetando “necessariamente o bom funcionamento de uma vacina contra o vírus”.

“Algumas vacinas contra doenças virais permanecem eficazes muitos anos após o seu desenvolvimento e proporcionam uma proteção duradoura, tais como vacinas contra o sarampo ou a rubéola. Por outro lado, para doenças como a gripe, a composição da vacina precisa de ser atualizada anualmente para que seja eficaz, porque o vírus sofre mutações e torna ineficaz a imunidade anterior”, concluiu.

Recorde-se que no final de janeiro, a diretora da EMA disse, numa audição no Parlamento Europeu, que as vacinas da Pfizer-BioNtech e da Moderna contra a covid-19 são eficazes para a variante britânica, mas admitiu que a mutação da África do Sul é “mais complicada”.