Realizou-se esta segunda-feira o “Debate das Rádios” – da Antena 1, TSF e Renascença – entre seis dos sete candidatos à Presidência da República. André Ventura não esteve presente devido a “razões de agenda”.
O último debate antes do dia das eleições arrancou com uma discussão sobre a pandemia de covid-19 e o confinamento, que entrou em vigor na passada sexta-feira. Ao receber críticas de todos os candidatos presentes, o atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou que o Governo não previu a terceira vaga da pandemia.
“Eu diria que houve, por um lado, a não antevisão da terceira vaga no tempo propriamente dito, a concentração no caso da Grande Lisboa, e houve a sensação de que não iam ser necessários tantos recursos privados e sociais quanto aquilo que acabou por ser necessário a partir, sobretudo, do crescimento dos casos em dezembro e em janeiro”, afirmou.
O Presidente recandidato explicou que este confinamento é diferente do primeiro: “o contexto é mais complicado do que o de março. É uma economia mais aberta, mais gente a trabalhar e menos a confinar”. E antecipou um agravamento da pandemia nos próximos dias, indicando que se prevê, para “sexta-feira desta semana, qualquer coisa como 700 a 800 internados em cuidados intensivos, ao ritmo de 10, 11, 12, 13 mil casos por dia, e cerca de cinco mil, entre 4.800 a cinco mil internados”.
Para dar resposta ao aumento de casos, vai abrir “mais uma unidade de recuo” em Lisboa, junto ao Hospital Santa Maria, que “vão abrir reforços dentro do Serviço Nacional de Saúde em termos de camas”, indicando ainda que os hospitais militares têm capacidade para ajudar.
Sobre o apoio dos privados, Marcelo Rebelo de Sousa afirma que a sua capacidade “também está neste momento perto do limite”. Mas que “tem-se estado a ver que acordo é possível celebrar”.
Durante o debate, abordaram-se ainda vários temas como a regionalização e a formação de governos.