Uma pedra não é uma pedra


Nos milharais, as pedras transformavam-se em balas carregando a boca das fisgas, perseguindo pássaros.


Quando éramos crianças, uma pedra nunca era apenas uma pedra. Eu e o Zé Cura Mariano jogávamos uma espécie de hóquei em patins sem patins, em frente ao CEFAS, aqueles talos grandes de couve a servirem de tacos, tentando meter uma pedra de calçada na baliza da sarjeta do adversário.

No adro, onde o Júlio, o Xauleta, era o rei, atirávamos pedras uns ao outros e chamava-se a isso jogar à pedrada, com o magnífico toque lúdico que a expressão encerra. Nos milharais, as pedras transformavam-se em balas carregando a boca das fisgas, perseguindo pássaros.

No Souto do Rio, as pedras eram seixos, e faziam-se concursos: saltitavam na água como peixes voadores e cada um ia somando para si pontos correspondentes ao número de saltos, até se afundarem de vez. O tempo fez com que, hoje, uma pedra seja uma pedra e uma pedra e uma pedra.

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Uma pedra não é uma pedra


Nos milharais, as pedras transformavam-se em balas carregando a boca das fisgas, perseguindo pássaros.


Quando éramos crianças, uma pedra nunca era apenas uma pedra. Eu e o Zé Cura Mariano jogávamos uma espécie de hóquei em patins sem patins, em frente ao CEFAS, aqueles talos grandes de couve a servirem de tacos, tentando meter uma pedra de calçada na baliza da sarjeta do adversário.

No adro, onde o Júlio, o Xauleta, era o rei, atirávamos pedras uns ao outros e chamava-se a isso jogar à pedrada, com o magnífico toque lúdico que a expressão encerra. Nos milharais, as pedras transformavam-se em balas carregando a boca das fisgas, perseguindo pássaros.

No Souto do Rio, as pedras eram seixos, e faziam-se concursos: saltitavam na água como peixes voadores e cada um ia somando para si pontos correspondentes ao número de saltos, até se afundarem de vez. O tempo fez com que, hoje, uma pedra seja uma pedra e uma pedra e uma pedra.

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