Galp. “Fecho da refinaria em Matosinhos é para continuar a distribuir elevados dividendos aos acionistas”

Galp. “Fecho da refinaria em Matosinhos é para continuar a distribuir elevados dividendos aos acionistas”


O alerta é dado pelo economista Eugénio Rosa. Também os trabalhadores da refinaria do Porto da Petrogal exigem a reversão da decisão de encerramento e decidiram avançar para formas de luta.


A decisão da Galp de encerrar a refinaria de Matosinhos “pretende reduzir custos para continuar a distribuir elevados dividendos aos acionistas, embora para isso tenha de destruir muito emprego e capacidade produtiva do país”. O alerta é dado por Eugénio Rosa, depois de a petrolífera ter anunciado que ia encerrar esta unidade. A decisão, segundo a Fiequimetal, “põe em causa cerca de 500 postos de trabalho diretos e mais de mil referentes a trabalhadores das empresas de prestação de serviços (outsourcing), de muitas micro, médias e pequenas empresas que produzem bens e serviços para a Petrogal (algumas em regime de exclusividade). E também estão ameaçados muitos postos de trabalho na refinaria de Sines e na sede, em Lisboa”.

Esta decisão está longe de ser pacífica e o economista lembra que esta medida permitirá, segundo a petrolífera “uma redução de mais de 90 milhões de euros por ano em custos fixos e descontinuar 200 milhões de ativos”, referindo que “as empresas do setor da energia e, em especial, a Galp, assim como os respetivos acionistas, têm gozado de um verdadeiro regime de exceção e de apoio do Estado em Portugal. Aumentam os preços quando querem e como querem, obtendo elevados lucros, e nem o Governo nem os reguladores fazem alguma coisa para defender os consumidores, que são, na sua esmagadora maioria, trabalhadores. E como se tudo isto já não fosse suficiente, o Estado concede-lhes benefícios fiscais que se traduzem em centenas de milhões de euros em receitas fiscais perdidas que, depois, são compensados com enormes aumentos de impostos (IRS, IVA) pagos pelos trabalhadores, pensionistas e outros portugueses”, diz um estudo a que o i teve acesso.

O economista vai mais longe e lembra que “aproveitando a falta de qualquer controlo de preços dos combustíveis (gasóleo e gasolina) em Portugal e contando com a passividade e mesmo aceitação do Governo e da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), a Galp, em plena pandemia (março/novembro 2020), aumentou os preços dos combustíveis mais do que o verificado nos países da União Europeia”.

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