Depois de duas semanas de interrupção letiva para as férias de Natal, os alunos do 1º ao 12º ano retomaram esta segunda-feira as aulas. Mas nem todos o vão fazer presencialmente. Nos concelhos de Porto Santo, Mêda, Tavira e Mangualde, o segundo período irá começar em regime online devido ao contexto epidemiológico.
O Município de Tavira partilhou na sua página do Facebook um comunicado emitido pela Autoridade de Saúde Regional do Algarve dando conta da “suspensão das aulas presenciais dos: 2º Ciclo, 3º Ciclo e Ensino Secundário de todos os Agrupamentos de Escolas, no Município de Tavira”. No entanto, a Pré-Escolar e o 1º ciclo voltam à escola para ter aulas presenciais. Contactado pelo i, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE) Manuel Pereira explica que a razão para tal acontecer é a necessidade de manter os mais novos com aulas presenciais “porque caso o pré-escolar e o primeiro ciclo tenham de voltar para casa”, dado serem crianças com menos de doze anos, “nessa altura os pais também não poderiam ir trabalhar e uma das formas de proteger a educação e a economia é garantir que existem condições para que as aulas aconteçam mas para que os pais possam trabalhar também”.
O que vai acontecer no caso destes três municípios é que as aulas, em vez de retomarem presencialmente esta segunda-feira, tal como aconteceu no resto do país, vão retomar apenas no regime online e o regresso à escola fica suspenso até melhoria da situação epidemiológica. Manuel Pereira sente-se no entanto esperançoso relativamente a este novo período. O presidente da ANDE afirma que durante o primeiro período as “escolas prepararam-se muito bem e conseguiram manter o ensino presencial até às férias de Natal”. Por isso mesmo, acredita que, se tudo correu bem no início do ano escolar, também irá correr agora: “As expectativas são mais positivas do que eram em setembro”. Ainda que se sinta otimista, Manuel Pereira admite que “nestes dias de janeiro a situação venha a ser complicada” devido aos ajuntamentos no Natal e na Passagem de Ano.
Como é tomada a decisão de ter aulas em regime online? A proposta pode ser feita pela autarquia às autoridades de saúde, ou, em alternativa, serem as próprias autoridades de saúde a tomar essa iniciativa perante a presença de um elevado risco de contágio. Só depois chega ao Ministério da Educação, ao qual cabe a aprovação afinal. Contudo, o presidente da ANDE explica que os “critérios não são fixos e cada caso é um caso”.
Digitalização Escolar A propósito das aulas online, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, afirmou ontem numa visita à Escola Básica Dr. Costa Matos, em Vila Nova de Gaia, que a ligação nos estabelecimentos está a ser reforçada para que “sempre que for necessário os professores possam contactar com os estudantes que não estão nas escolas”. O ministro referiu ainda que o que está “a acontecer neste momento é uma verdadeira reforma em termos de digitalização da nossa escola e é esta escola digital que nós queremos a funcionar”. Tiago Brandão falou sobre os computadores que estão a ser distribuídos pelos alunos e notou que, apesar de a digitalização do ensino já estar prevista no programa do Governo, a pandemia “veio catalisar e acelerar todo o processo”.