Black Friday. A “corrida mais louca” está quase a começar, mas não corra riscos

Black Friday. A “corrida mais louca” está quase a começar, mas não corra riscos


Na Black Friday, dia 27, pode haver uma verdadeira corrida às compras. As lojas físicas também aderiram à “moda”, mas os preços e a pandemia podem levar os consumidores a preferir o online.


A sexta-feira mais louca do ano está a chegar: a Black Friday tem lugar já dia 27 e promete levar os portugueses à corrida às compras, caso a tendência se mantenha face a anos anteriores. E, como tem sido habitual, este vai ser um fim de semana prolongado no que diz respeito aos preços baixos: é que dia 30 é a vez da Cyber Monday. Mas, como tudo o que é bom pode ter um lado negro, há dicas a ter em conta para não se deixar ser enganado e, por isso, é importante que faça o seu trabalho de casa, até porque nem sempre a palavra promoção é sinónimo de preço de saldo.

Um dos principais cuidados a ter é com os valores praticados. Para evitar desagradáveis surpresas é importante que os monitorize com antecedência para ter a certeza de que o preço não é aumentado antes de ser colocada a sua promoção. Mas não só. Desconfiar dos preços muito baixos faz também parte dos cuidados a ter e atenção ainda aos produtos descontinuados, uma vez que muitos espaços podem aproveitar estas alturas para se desfazerem deles.

“O pretexto da Black Friday traz consigo o anúncio de grandes descontos numa série de produtos. Porém, por vezes esta propaganda não corresponde a verdadeiras oportunidades para fazer bons negócios”, alerta a DECO Proteste.

E vai mais longe: “Em 2019 detetámos várias irregularidades, tais como: alguns produtos em campanha não exibiam o preço anteriormente praticado ou, em alternativa, a percentagem da redução; algumas lojas não apresentavam o preço riscado, e o mesmo já tinha estado mais baixo; e verificou-se não ter havido uma real redução de preço em certas situações”.

Também o Portal da Queixa lançou uma campanha para aumentar literacia digital dos consumidores nesta altura, lembrando que, no ano passado, as burlas geraram 23% das reclamações relacionadas com a Black Friday.

Compras online Sem dúvida que as compras pela internet são a opção preferencial dos clientes neste dia. Poupar tempo e dinheiro é cada vez mais o lema dos consumidores. Uma questão que este ano é ganha maior relevo face à pandemia: além das restrições horários, muitos portugueses estão a evitar deslocações a lojas físicas, principalmente se forem em grandes centros comerciais. Existem várias vantagens em usar os canais online, como a ausência da necessidade de deslocação para comprar o produto e a maior facilidade na comparação de preços e características, permitindo assim poupanças úteis ou escolher o produto mais adequado às necessidades.

Os problemas poderão surgir no momento de pagar, pois nem sempre os consumidores sabem qual é a melhor opção. Mas a verdade é que há modalidades para todos os gostos e a dificuldade poderá ser mesmo a escolha (ver números ao lado).

Portugueses vão comprar mais ou menos? De acordo com um inquérito realizado pela DECO Proteste os dados não são animadores para os comerciantes. Apenas 21% dos inquiridos preveem fazer compras no período da Black Friday deste ano, menos 20%, aproximadamente, face a 2019. Em média, preveem gastar 180 euros. Mas 53% dos inquiridos contam desembolsar até 100 euros, sendo que 29% pretendem gastar mais de 200 euros.

Questionados sobre até que ponto a crise da covid-19 limita os hábitos de compra, “três em cada cinco inquiridos sente alguma ou mesmo uma grande limitação no orçamento disponível para fazer compras na Back Friday, bem como na quantidade de produtos a comprar. Mais de metade (53%) consideram que a pandemia veio limitar muito a compra em lojas físicas”, revela o mesmo inquérito.

Pesquisar antes de comprar A maioria dos consumidores pesquisam antes de comprar. Esta é uma das conclusões do estudo FutureBuy da GfK, que garante que quase metade dos consumidores na Europa dizem comparar os preços hoje em dia mais do que faziam antigamente. “Na Black Friday, em particular, a cobertura mediática negativa em alguns mercados no passado fez com que os consumidores se preocupassem mais com vendas, descontos e promoções, encorajando-os a gastar ainda mais comparando preços, antes de se comprometerem com uma compra”, explica o estudo.

 

Modalidades de Pagamento

1. Cartão de Crédito – Forma mais usada – É uma das formas de pagamento preferidas dos consumidores portugueses. Para isso basta utilizar o número do cartão, a validade, o código de segurança e, a partir daí, é só inserir o montante. No entanto, é aconselhável utilizar este meio de pagamento apenas em sites seguros ou da sua confiança. Caso contrário, corre o risco de os dados do seu cartão poderem ser roubados e utilizados de forma indevida por outras pessoas. Proteja-se do phishing; e não envie o seu número de cartão de crédito, código ou informações pessoais por email. 

2. Cartão de Débito – Solução –  Esta forma de pagamento representa uma alternativa para os clientes que não gostam de usar ou não têm cartão de crédito. No entanto, nem todos os bancos disponibilizam esta funcionalidade, que só está presente em determinados cartões de débito. Estes cartões dispõem de um código secreto que possibilita aos titulares autenticarem-se perante o banco emissor do cartão, através de um código pessoal que é introduzido no momento de cada transação.

3.MB NET – Alternativa-  Para quem não é adepto dos cartões de crédito, o MB Way é a solução que permite fazer compras online e em lojas físicas, gerar cartões virtuais MB Net, enviar, pedir dinheiro e dividir a conta e ainda utilizar e levantar dinheiro através do seu smartphone, numa aplicação própria ou nos canais do seu banco. Este sistema não cobra comissão pelas operações realizadas, mas tenha em conta os custos associados nas transferências que são cobrados pelas entidades bancárias. 

4.PayPal – Intermediário – Utilizado essencialmente para fazer transferências ou pagamentos online, permite pagar através de Visa, MasterCard, American Express ou mesmo do MB NET de forma bastante segura, já que não precisa de expor os dados do seu cartão de crédito ao site onde efetua a compra. Para poder utilizá-lo só tem de se registar no site da PayPal e associar a esse registo os cartões que pretende utilizar nos pagamentos. Ou seja, a PayPal funciona como um intermediário na compra e não cobra despesas de ativação nem taxas mensais. 

5.Paysafecard – Payshop e CTT – Neste caso, não precisa de ter qualquer tipo de cartão ou conta bancária. Este cartão pode ser adquirido em qualquer loja Payshop e nas lojas dos CTT. Quem tem cartão pode recorrer ao multibanco. Este método é utilizado em várias lojas online através da inserção de um PIN de 16 dígitos. Tem um plafond máximo de 100 euros e, durante os primeiros 12 meses, a sua utilização é gratuita. A partir daí será aplicada uma taxa de manutenção de dois euros por mês, que serão d

6. Money Bookers – Dívida online –  Funciona como uma espécie de conta virtual que permite realizar compras online. Basta registar-se no site e fazer uma transferência de dinheiro para essa conta. Este meio de pagamento é muito utilizado por quem joga na internet, pois o cliente só pode gastar o dinheiro depositado nessa conta online. Quando escolher o produto ou serviço, dirija-se à respetiva página pela MoneyBookers e pode pagar através da sua conta virtual. Através deste processo também não está a revelar os seus dados pessoais. 

 

Fazer compras em segurança 

Segurança Certifique-se de que o site tem as garantias de segurança. Estas páginas têm um símbolo de um cadeado. Desconfie se o site não disponibilizar uma morada ou um telefone fixo para contacto. Fuja dos sites que só disponibilizam email ou apartado para contacto.
 
Informações Preste atenção aos dados disponibilizados sobre os produtos que quer adquirir. Devem incluir informações sobre o preço dos mesmos e apontar os custos de envio, impostos e outros custos adicionais. As ofertas e promoções devem ser bem analisadas.

Transação Guarde as garantias dos produtos comprados para casos de troca ou devolução. Esteja também atento ao extrato do seu banco para conferir se os valores que lhe foram debitados correspondem ao valor das compras efetuadas.

Truques para poupar

Comparar preços Existem vários sites que permitem identificar a loja online que pratica os preços mais baixos para o mesmo produto.

Aproveitar a internet Há empresas que oferecem descontos só se os artigos forem comprados na internet, pondo em segundo plano as lojas físicas.

Entregas gratuitas O ideal é aproveitar os sites que não cobram taxas de portes.

 

Comprar sem perder direitos

As compras online são práticas, mas nem sempre as lojas virtuais respeitam a lei. O alerta é feito pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (Deco), que lembra que há determinadas regras que têm de ser respeitadas. Uma delas passa pela obrigatoriedade da identificação do vendedor: o nome, a empresa ou denominação social, o endereço físico onde se encontra estabelecido, o número de telefone e o endereço eletrónico. As características do bem e do serviço têm de estar identificadas, assim como o custo com impostos, encargos suplementares de transporte, despesas postais ou de entrega e outros encargos. 
Nas compras online à distância, se quiser anular a compra depois de o produto lhe chegar às mãos, tem 14 dias seguidos para comunicar a sua desistência, sem custos ou necessidade de indicar o motivo. O prazo conta-se a partir da data de receção do produto ou, no caso da prestação de serviços, da data da celebração do contrato. 
O vendedor tem 14 dias para restituir os montantes. Caso não o faça, fica obrigado a devolver o dobro, no prazo de 15 dias úteis, e o consumidor pode ter direito a indemnização por danos patrimoniais e não patrimoniais. Se o vendedor propuser o reembolso em vale ou saldo para descontar em futuras compras, o cliente não tem de aceitar e pode exigir a devolução do dinheiro. E sempre que o preço do bem ou serviço for, no todo ou em parte, coberto por um crédito concedido pelo vendedor ou por um terceiro, com base num acordo entre este e o vendedor, o contrato de crédito fica igualmente sem efeito se o consumidor exercer o direito de livre resolução.
Também nas compras online, o prazo de garantia de um produto novo é, no mínimo, de dois anos, quer compre numa loja física quer à distância. Desde que coberto pela garantia e que não resulte de mau uso, qualquer problema deve ser resolvido sem custos para o cliente, incluindo despesas com transporte, mão-de-obra e material. Também as despesas com o envio de um produto avariado devem ser reembolsadas.
Se fizer a compra pela internet, paga e o produto não foi entregue, a lei diz que tem de apresentar queixa no prazo de seis meses a contar da data em que teve conhecimento do facto.