O diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Contagiosas dos Estados Unidos, Anthony Fauci, considera os primeiro resultados da vacina da Moderna, que apontam uma taxa de 94,5% de eficácia, como “incrivelmente impressionantes”.
“Tenho que admitir que estaria satisfeito com uma taxa de eficácia de 70% ou no máximo 75%”, afirmou esta segunda-feira em entrevista à AFP.
“O facto de termos 94,5% de eficácia numa vacina é incrivelmente impressionante. É um resultado realmente espetacular e acredito que ninguém previu que seria tão bom", acrescentou.
Este resultado significa que o risco de contrair o novo coronavírus tem uma redução de 94,5% no grupo de pessoas que foram vacinadas, no teste clínico feito com 30 mil pessoas nos Estados Unidos. Ora, segundo a primeira análise preliminar dos casos, 90 participantes do grupo placebo foram contagiados e no grupo de vacinados foram apenas cinco.
“Tivemos 11 casos graves, nenhum no grupo vacinado e 11 no grupo placebo. Então isso resolve a questão de saber se (a vacina) previne formas graves da doença, o que definitivamente acontece”, explicou Anthony Fauci.
Se o nível de eficácia detetado no grupo de participantes for o mesmo que na população em geral, esta seria uma das vacinas mais eficazes disponíveis, que pode ser comparada à do sarampo, que tem 97% de eficácia em duas doses, um número muito superior ao da vacina contra a gripe, com uma eficácia entre os 19 e os 60%, de acordo com os Centros para o Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.
Fauci, que iniciou o desenvolvimento da vacina em conjunto com a Moderna em janeiro, disse ainda que “muitas pessoas tinham dúvidas com o uso de algo que ainda não havia sido testado”. “De facto, algumas pessoas até nos criticaram por isso”, apontou.
A vacina baseia-se numa tecnologia que consiste em inserir instruções genéticas no organismo dos indivíduos para que as células produzam um antígeno da covid-19, criando uma resposta do sistema imunológico.
No entanto, ainda não é certo qual o tempo do efeito da vacina. “Não sabemos se será de um ano, dois anos, três anos, cinco anos, não sabemos”, disse o cientista, que se mostra, no entanto confiante de que a duração será significativa.
Ainda não está claro quanto tempo dura o efeito da vacina e apenas o tempo vai mostrar. Fauci disse estar confiante de que a duração será significativa, mas "não sabemos se será de um ano, dois anos, três anos, cinco anos, não sabemos".