Recessão pode levar a 3.ª guerra, alerta chefe do exército britânico

Recessão pode levar a 3.ª guerra, alerta chefe do exército britânico


General Nick Carter diz que conflitos regionais podem escalar de tom rapidamente. Pandemia já causou mais de 1,25 milhões de mortos em todo o mundo.


O risco de uma nova guerra mundial é real, alertou, este domingo, o general Nick Carter.

Segundo o chefe de Estado-Maior da Defesa Britânico, a crise económica global provocada pela pandemia de covid-19 pode ameaçar a segurança, conduzindo no limite a uma Terceira Grande Guerra. Em entrevista à Sky News, o oficial sublinhou a importância na preocupação em relação aos vários conflitos regionais que existem neste momento em vários pontos do mundo, já que, uma vez fora de controlo, estes “conflitos menores” podem escalar de tom, “atraindo mais países e armas” até “uma guerra aberta”, num cenário idêntico ao que se verificou nas anteriores duas guerras mundiais.

“Temos que nos lembrar de que a história poderá não se repetir, mas tem um ritmo, e se olharmos para o último século, antes das duas guerras mundiais, acho que é inegável que houve escalada, o que levou a erros de cálculo e que, em última instância, levou a uma guerra a uma escala que esperamos não viver de novo”, adiantou, reforçando que, devido ao novo coronavírus, o mundo está “um lugar muito incerto e cheio de ansiedade”.

Para o chefe do exército britânico a “ameaça real” de uma terceira guerra é “um risco” e “precisamos de estar conscientes disso”. “É por isso que a história deve ser sempre relembrada, porque se se olhar para a história, espero que se aprenda com a experiência e que se seja cauteloso com a forma de gerir os tipos de conflitos regionais”, continuou.

“Se as pessoas esquecerem o horror da guerra, o grande risco é pensarem que partir para essa via é uma opção razoável”, avisou.

Pandemia no mundo A pandemia de covid-19 já causou pelo menos 1,25 milhões de mortes em todo o mundo e mais de 50 milhões de casos desde que a doença foi conhecida em dezembro último, na China.

De acordo com os dados recolhidos pela AFP, os Estados Unidos continuam a ser o país mais afetado pelo vírus, com um total de 237 123 mortos entre 9 861 898 casos. Depois dos Estados Unidos, os países mais afetados no que respeita ao número de mortes são o Brasil, com 162 269, a Índia, com 126 121, o México, com 94 808 e Reino Unido com 48 888.

Quanto ao número de casos, depois dos Estados Unidos, surge a Índia (8 507 754), o Brasil (5 653 561), a Rússia (1 760 420) e França (1 709 773). Entre os países mais afetados, a Bélgica é o que conta mais mortos em relação à sua população, 111 por cada 100.000 habitantes, seguida do Peru (106), de Espanha (83) e do Brasil (76). De notar ainda que são quase 32 879 432 os casos recuperados.

A pandemia continua a evoluir a uma escala global, pelo que vários países foram já obrigados a dar um passo atrás e a voltar a impor restrições de forma a conter a propagação do vírus. Na Europa e nos Estados Unidos, o aumento do número de casos é em parte explicado pelo aumento do número de testes realizados.