Raspadinha do Património. O incentivo do Estado ao aumento da dependência

Raspadinha do Património. O incentivo do Estado ao aumento da dependência


Cada português gasta em média 160 euros por ano em raspadinhas. Em comparação com Espanha, o número é mais de dez vezes maior.


Resolver um problema criando outro: é desta forma que profissionais de saúde se referem à forma encontrada pelo Governo para financiar o património cultural, pois a proposta de criar uma nova Raspadinha – que deverá faturar cinco milhões de euros – deverá contribuir para mais “agarrados” ao jogo.

De acordo com o Orçamento do Estado para 2021, prevê-se a criação de uma Lotaria Instantânea do Património Cultural. O psicólogo Pedro Hubert trabalha como técnico de aconselhamento em adições no Instituto de Apoio ao Jogo (IAJ) e afirma que “poderia haver outras formas de arrecadar dinheiro sem ser através de um comportamento que pode vir a ser de risco”.

A lotaria instantânea nasceu em Portugal em 1995, tendo ganho o nome oficial de Raspadinha em 2010. Desde então que o número de jogadores não para de aumentar e a prova disso está no facto de que este jogo representa mais de 50% dos lucros dos Jogos Santa Casa. O facto de se poder raspar tantas vezes quantas se desejar e de se saber o resultado segundos após a compra torna as raspadinhas um jogo “com características que podem ser consideradas aditivas”, afirma Pedro Hubert ao i.

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