Jarrões na política


1 – A política portuguesa está enxameada de ex-políticos. Na política portuguesa há imensos ex-políticos: ex-presidentes da República, ex-primeiros-ministros, ex-presidentes de câmara, entre outros. Uns perderam eleições e não perceberam que o seu tempo passou, outros continuam a tentar de todas as maneiras e feitios aparecerem e serem notados. Não têm a noção das figuras ridículas…


1 – A política portuguesa está enxameada de ex-políticos. Na política portuguesa há imensos ex-políticos: ex-presidentes da República, ex-primeiros-ministros, ex-presidentes de câmara, entre outros. Uns perderam eleições e não perceberam que o seu tempo passou, outros continuam a tentar de todas as maneiras e feitios aparecerem e serem notados. Não têm a noção das figuras ridículas que fazem, ninguém tem a coragem de lhes dizer que o seu tempo passou e, ninguém os quer, vão para casa e mudem de vida.

Vivem num registo” ó tempo volta para trás”, mas o tempo quando vai não volta.

Parecem jarrões chineses, objectos frágeis e preciosos que não se sabe que fazer com eles. O problema é que nos ficam caros na sua manutenção, podiam-se arrumar no sótão ou numa arrecadação qualquer.

Todavia além de estarem sempre a aparecer, não nos livramos deles. Cansam e ninguém os está para ouvir e aturar! As pessoas educadamente toleram-nos, mas não mais do que isso.

Alguns para além de estarem reformados, pretendem influenciar e voltar de novo à ribalta política.

A Constituição portuguesa consagra a limitação de mandatos para exercer o poder, também o devia fazer para concorrer a eleições. Isto é, não permitir a um cidadão concorrer a eleições sempre que lhe apetece. Há políticos que concorrem a eleições, estão sempre a perder, continuam e não percebem que as pessoas não os querem, mas insistem.

Tiveram as suas oportunidades, perderam-nas e o seu tempo passou. Um bom político revela-se pela maneira como chegou ao poder e a forma como abandona o poder.

2 – Há sinais inquietantes em Portugal que não vamos por bons caminhos. A substituição do presidente do Tribunal de Contas dava para fazer uma peça de teatro “Amarrados”. António Costa amarra Marcelo Rebelo de Sousa à sua decisão, por sua vez, Marcelo amarra Rui Rio. Portugal é perito em expulsar pessoas capazes, umas saneadas, outras sucumbiram por desânimo e as que ficaram foram privadas dos recursos necessários e autonomia que acabaram em privatizações duvidosas e em folhas de salário sumptuosas de parasitas. Portugal é um país de discursos sonoros e de telefones oficiais que nunca contestam. Aceitam tudo. Portugal está num círculo vicioso de cidadãos que desconfiam dos seus governantes e governantes que desconfiam dos seus cidadãos, empresas e administração.

A passividade dos portugueses perante o real, como sociedade estamos mergulhados na melancolia, aquele estado de espírito em que a tristeza, em vez de servir de estímulo a uma análise aprofundada ou a um plano de acção, leva-nos a contemplar passivamente acontecimentos que consideramos inevitáveis.

Deus nos ajude e nos livre de jarrões na política, de malabarismo político, de clientelismo político e da passividade dos portugueses.

 

 

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores


Jarrões na política


1 – A política portuguesa está enxameada de ex-políticos. Na política portuguesa há imensos ex-políticos: ex-presidentes da República, ex-primeiros-ministros, ex-presidentes de câmara, entre outros. Uns perderam eleições e não perceberam que o seu tempo passou, outros continuam a tentar de todas as maneiras e feitios aparecerem e serem notados. Não têm a noção das figuras ridículas…


1 – A política portuguesa está enxameada de ex-políticos. Na política portuguesa há imensos ex-políticos: ex-presidentes da República, ex-primeiros-ministros, ex-presidentes de câmara, entre outros. Uns perderam eleições e não perceberam que o seu tempo passou, outros continuam a tentar de todas as maneiras e feitios aparecerem e serem notados. Não têm a noção das figuras ridículas que fazem, ninguém tem a coragem de lhes dizer que o seu tempo passou e, ninguém os quer, vão para casa e mudem de vida.

Vivem num registo” ó tempo volta para trás”, mas o tempo quando vai não volta.

Parecem jarrões chineses, objectos frágeis e preciosos que não se sabe que fazer com eles. O problema é que nos ficam caros na sua manutenção, podiam-se arrumar no sótão ou numa arrecadação qualquer.

Todavia além de estarem sempre a aparecer, não nos livramos deles. Cansam e ninguém os está para ouvir e aturar! As pessoas educadamente toleram-nos, mas não mais do que isso.

Alguns para além de estarem reformados, pretendem influenciar e voltar de novo à ribalta política.

A Constituição portuguesa consagra a limitação de mandatos para exercer o poder, também o devia fazer para concorrer a eleições. Isto é, não permitir a um cidadão concorrer a eleições sempre que lhe apetece. Há políticos que concorrem a eleições, estão sempre a perder, continuam e não percebem que as pessoas não os querem, mas insistem.

Tiveram as suas oportunidades, perderam-nas e o seu tempo passou. Um bom político revela-se pela maneira como chegou ao poder e a forma como abandona o poder.

2 – Há sinais inquietantes em Portugal que não vamos por bons caminhos. A substituição do presidente do Tribunal de Contas dava para fazer uma peça de teatro “Amarrados”. António Costa amarra Marcelo Rebelo de Sousa à sua decisão, por sua vez, Marcelo amarra Rui Rio. Portugal é perito em expulsar pessoas capazes, umas saneadas, outras sucumbiram por desânimo e as que ficaram foram privadas dos recursos necessários e autonomia que acabaram em privatizações duvidosas e em folhas de salário sumptuosas de parasitas. Portugal é um país de discursos sonoros e de telefones oficiais que nunca contestam. Aceitam tudo. Portugal está num círculo vicioso de cidadãos que desconfiam dos seus governantes e governantes que desconfiam dos seus cidadãos, empresas e administração.

A passividade dos portugueses perante o real, como sociedade estamos mergulhados na melancolia, aquele estado de espírito em que a tristeza, em vez de servir de estímulo a uma análise aprofundada ou a um plano de acção, leva-nos a contemplar passivamente acontecimentos que consideramos inevitáveis.

Deus nos ajude e nos livre de jarrões na política, de malabarismo político, de clientelismo político e da passividade dos portugueses.

 

 

Biólogo, fundador do Clube dos Pensadores