A proposta está lançada: faltas justificadas no emprego em caso de morte de um animal de companhia. Foi a deputada parlamentar não inscrita Cristina Rodrigues – saiu do partido PAN em finais de junho deste ano – que fez dar entrada na Assembleia da República este projeto de lei que visa a alteração do Código do Trabalho. Defende que “os animais de companhia estão cada vez mais próximos” das pessoas e que cada vez mais “lhes atribuímos sentimentos e características dos seres humanos”. A deputada adianta ainda que o Código do Trabalho deve acompanhar a realidade e acautelar também “o direito de assistência médica ao animal de companhia, quando necessário”. No entanto, a discussão deste tema na Assembleia não reúne, de todo, consenso. Ao i, o sociólogo Elísio Estanque reconhece a importância dos animais, mas alerta para o facto de podermos estar a dar “um passo maior do que a perna”.
“Os direitos humanos e a boa sociedade não são bons se não for também boa na relação com a natureza. E os animais também são parte da natureza e parte de nós. Os animais domésticos inserem-se também no ambiente familiar. Mas a evolução também caminha por factos. Às vezes, também se quer avançar mais rapidamente do que aquilo que as mentalidades estão em condições de reconhecer e aceitar. Em tudo na vida há um equilíbrio e, às vezes, existem excessos. Do meu ponto de vista, acho excessiva toda uma panóplia de atividades comerciais que existem à volta dos animais”, começou por dizer, sublinhando que, na sua perspetiva, trata-se de tentar igualar os direitos dos seres humanos aos dos animais de companhia.
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