Maradona foi para mim o melhor jogador de todos os tempos, no que diz respeito àqueles que vi jogar. Era mágico e sozinho – salvo o devido exagero – conseguiu ser campeão do mundo, levando a Argentina às costas com a ajuda da mão de Deus. Em Nápoles, acabaria por se tornar um verdadeiro deus, depois de levar o clube local à conquista do campeonato italiano. Depois disso, Maradona convenceu-se ele próprio que era Deus e começou a fazer os maiores disparates possíveis, chegando mesmo a conseguir que outros fizessem o teste antidoping por ele. Julgava-se acima da lei. O resultado final foi o fim da carreira e uma vida desgraçada e patética, dando aos outros vergonha de o terem idolatrado. Na política há muitos atores que se aproximam do pensamento de Maradona. Vão conseguindo levar a água ao seu moinho, apesar de várias fugas do líquido pelo caminho. Mas como ninguém diz nada – que muita água se vai desperdiçando – esses políticos começam a acreditar que tudo lhes é permitido. Penso que José Sócrates se convenceu disso quando tinha toda a sua tralha socrática a aplaudi-lo e a mandar calar os detratores.
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