A justiça belga condenou a dez anos de prisão Clara Maes, atualmente com 89 anos, por a considerar culpada do homicídio da melhor amiga, crime que remonta a 2015.
A idosa, que tinha 84 anos na altura do homicídio, foi considerada culpada pelo tribunal de júri, mas não foi presa após o anúncio do veredicto.
"O seu estado de saúde não permite a detenção num estabelecimento prisional", explicou a advogada da octogenária à France Presse.
A idade da arguida e o facto de esta ter mobilidade reduzida chamaram a atenção para o julgamento, durante o qual a idosa esteve quase sempre calada, à exceção da frase: "não me lembro", que repetia quando era questionada sobre o crime.
O corpo da vítima, Suzanne Thibeau, foi encontrado na casa onde vivia, ao início da tarde, por um casal amigo. A investigação chegou à conclusão de que Clara Maes a tinha visitado na manhã do homicídio, tendo sido a última pessoa a vê-la com vida.
Uma vez que não havia indícios de entrada forçada e que o depoimento da idosa era inconsistente, quanto a factos importantes do caso, autoridades começaram a desconfiar do envolvimento de Clara Maes, que se tornou a principal suspeita.
Segundo a investigação, foram também encontrados vestígios de ADN da vítima no carro da arguida que terá ficado suja de sangue da amiga, que então transferiu para o veículo.
A acusação considera que o homicídio poderá ter sido cometido por motivos financeiros. Testemunhas disseram que a relação entre Clara Maes e Suzanne Thibeau se tinha vindo a degradar e que esta última tinha chegado a dizer que ia mudar o testamento, que até então nomeava a arguida como legatária de 70% do património da vítima.