Ambiente. “Anticorpos” bloquearam Marquês de Pombal

Ambiente. “Anticorpos” bloquearam Marquês de Pombal


Cerca de 100 manifestantes bloquearam trânsito no centro de Lisboa pela neutralidade carbónica em 2030. 


Ao início da tarde desta segunda-feira, quase uma centena de pessoas bloquearam os acessos à rotunda Marquês de Pombal, em Lisboa. Sentados na estrada, os manifestantes protestaram contra a falta de políticas em matéria de alterações climáticas. Um protesto pacifico, mas obrigou a intervenção policial, uma vez que os manifestantes estavam a impedir a normal circulação de veículos numa das zonas mais movimentadas da capital. Os agentes da Equipa de Prevenção e Reação Imediata da PSP arrastaram alguns participantes do protesto que estavam no chão, muitos deles ligados entre si por canos e tubos. 

A manifestação “Nós somos anticorpos” foi organizada pelo grupo de ativistas “climáximo” que tem vindo a participar noutras manifestações. O protesto desta segunda-feira começou no Jardim Amália Rodrigues, tendo os manifestantes marchado até à rotunda Marquês de Pombal. Quem participou na iniciativa pedia “zero emissões líquidas de gases com efeito de estufa em 2030” e, aliás, nos cartazes lia-se “neutralidade carbónica em 2030” – um dos objetivos deste movimento. 

“Sabemos, por exemplo, que António Costa apresentou o rascunho para o Programa de Recuperação e Resiliência, em que um dos pólos é mesmo a transição climática, mas nós sabemos o que é que a transição climática significa para o Governo: continuar a investir nestes combustíveis [fósseis], continuar a falar de novos aeroportos, enquanto tenta passar a imagem de um governo ‘eco-friendly’ [amigo do ambiente], amigo da juventude”, disse uma das manifestantes à Lusa, que acrescentou ser necessário acabar com o uso de combustíveis fósseis e com todas as concessões. Os manifestantes acusaram ainda o Governo  e a União Europeia por continuarem a financiar projetos de carvão e de petróleo. 

No próximo dia 17 de outubro, o movimento “Climáximo” regressa à rua “resgatar o futuro” e, além do alerta para as alterações climáticas, os manifestantes querem também virar as atenções para os problemas sociais que se agravaram com a pandemia. “Precisamos de políticas públicas que protejam, efectivamente, quem vive do seu trabalho e que já está a ser, ou será, afectado por esta crise que ainda agora está a começar”, escreveu o grupo nas redes sociais.