Instituições e associações unem-se contra desperdício alimentar

Instituições e associações unem-se contra desperdício alimentar


Instituto Nacional de Estatística está a realizar inquéritos para quantificar desperdício alimentar em Portugal.


Comemorou-se ontem, pela primeira vez, o Dia Internacional de Consciencialização sobre o Desperdício Alimentar, criado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. E a propósito deste dia foi lançado em Portugal o movimento Unidos Contra o Desperdício. Em comunicado, este movimento avançou que já conta com o apoio de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, e de António Guterres, secretário-geral da Organização das Nações Unidas. O objetivo é que entidades públicas e privadas, empresas ou pessoas individuais se juntem para combater o desperdício alimentar. Estima-se que, a nível global, um terço dos alimentos produzidos são desperdiçados e 17% da comida é deitada fora antes de chegar ao consumidor.

Uma das instituições que se juntaram ao movimento Unidos Pelo Desperdício é o Banco Alimentar Contra a Fome, que desde o início da pandemia recebeu mais 60 mil pedidos de ajuda alimentar. “No caso da destruição de comida que está em bom estado e pode ser consumida, trata-se até de uma injustiça, quando há pessoas que dela carecem para viver. O alimento é um bem de consumo diferente de todos os outros precisamente porque é essencial para a vida”, disse Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome.

Em Portugal foi criada em 2016 uma Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar e, relativamente a números, apesar de não existirem dados oficiais, estima-se que um milhão de toneladas de alimentos são desperdiçados anualmente. Para contabilizar o desperdício alimentar em Portugal, o Instituto Nacional de Estatística está a desenvolver um inquérito-piloto. Este inquérito deveria estar concluído no final de 2020 mas, segundo foi avançado ontem durante a reunião plenária da Comissão Nacional de Combate ao Desperdício Alimentar, o prazo não será cumprido, uma vez que, devido à pandemia, os inquéritos às famílias não estão a ser feitos como previsto.