A TAP teve prejuízos de 582 milhões de euros no primeiro semestre deste ano, o que representa uma queda significativa – e que acontece sem surpresa – comparando com as perdas de 112 milhões registadas nos primeiros seis meses do ano passado.
Segundo os dados enviados esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a TAP até estava a crescer nos primeiros dois meses do ano (os passageiros aumentaram 13% em janeiro e fevereiro e as receitas operacionais 19,4%). A pandemia de covid-19 veio, porém, alterar esta tendência de crescimento
"A quebra de atividade verificada a partir de março de 2020, em resultado da pandemia de covid-19, mais do que eliminou a boa performance observada nos primeiros dois meses do ano, impactando muito negativamente a performance da TAP no primeiro semestre de 2020", lê-se no comunicado à CMVM.
Com a interrupção dos voos, praticamente à escala global, a TAP teve um decréscimo de movimentos nos meses seguintes de março (-34%), abril (-99%), maio (-98%) e junho (-97%). Feitas as contas, a companhia aérea nacional transportou menos 4,9 milhões de passageiros face ao primeiro semestre de 2019, o que representa uma quebra de 62%.
Feitas as contas, a TAP teve menos 730 milhões de euros em receitas de passagens, uma redução de 57,2% nos primeiros seis meses de 2020 em relação ao período homólogo.
Perante este cenário, a TAP admite que "os efeitos da pandemia deverão continuar a ser significativos nos próximos trimestres, o que pode ser agravado em caso de novos surtos significativos do vírus e da imposição de novas restrições à mobilidade ou simplesmente pela incapacidade de as economias recuperarem significativa e rapidamente das condições económicas adversas causadas pela pandemia até ao momento, nomeadamente em termos de emprego, rendimento disponível e níveis de confiança do consumidor". Face à"elevada incerteza que ainda subsiste quando à duração da pandemia" a empresa abstém-se de fazer previsões quanto aos resultados globais de 2020.
“Encontra-se atualmente em curso a preparação do plano de reestruturação, a ser submetido à Comissão Europeia até 10 de dezembro de 2020. Este plano visa assegurar a sustentabilidade e rentabilidade da TAP, através de um adequado planeamento de rotas e frota, da adaptação do produto TAP à realidade atual e pós-covid-19, e do aumento da eficácia e da eficiência dos serviços centrais e das unidades do Grupo TAP”, conclui a nota.