Luís Newton. “Falar de Teresa Leal Coelho é recordar o pior momento do PSD em Lisboa”

Luís Newton. “Falar de Teresa Leal Coelho é recordar o pior momento do PSD em Lisboa”


Novo líder do PSD de Lisboa diz que é preciso criar uma frente unida para as autárquicas de 2021 em Lisboa e vai dialogar com CDS, Iniciativa Liberal e Aliança, além de movimentos.


Ganhou com 70,61% a concelhia do PSD de Lisboa. O PSD não é poder na capital desde 2007. Qual é a sua estratégia para inverter a situação?

Em primeiro lugar, há aqui um processo que tem que ver com a recuperação da confiança dos lisboetas no projeto social-democrata para a cidade. Numa primeira fase, a nossa estratégia vai passar por ir ao encontro dos lisboetas e escutá-los: compreender, em primeira instância, quais são os novos desafios, que são hoje substancialmente diferentes daqueles que eram, por exemplo, em 2017, no último momento autárquico. Já compreendemos, por um lado, quais foram as razões que nos levaram a um mau resultado em 2017 e, agora, queremos adicionar a esse conhecimento os novos desafios e necessidades que a comunidade de Lisboa exige a quem quer implementar um projeto autárquico.

Na sua opinião, quais foram os motivos desses maus resultados?

Em primeiro lugar, desde logo porque o PSD não apresentou na altura uma mensagem diferenciadora. O PSD não tinha uma mensagem para a cidade e a prova disso é que, ao longo deste mandato, não se tem visto um PSD na câmara municipal diferenciado daquilo que é a ação do próprio Fernando Medina. Dou-lhe o exemplo da questão da Portugália e toda a polémica à volta da Portugália [torre projetada para o quarteirão da Portugália].

Existiram vários PSD, o PSD/Lisboa, o PSD na assembleia municipal e o PSD na câmara. É isso que está a dizer?

Não existiram vários PSD. Existia um PSD e depois havia quem tivesse um projeto pessoal. Acho que foi a grande diferença. Os dois presidentes da concelhia do PSD que me antecederam tinham uma perspetiva sobre a cidade de Lisboa que não foi acompanhada na vereação. Mas isso é o passado. Neste momento, o futuro incide num aspeto fundamental: temos de ter a humildade de ir escutar novamente os lisboetas. E compreender as suas preocupações e que novos desafios é que este período [de pandemia de covid-19] trouxe.

E essa ideia passa por fazer inquéritos? Porta a porta? Como se concretiza essa ideia em tempos de pandemia de covid-19?

O porta-a-porta, hoje em dia, tem uma dimensão digital. Já começámos a fazê-lo. O primeiro contacto que tivemos foi com as organizações hoteleiras, que vivem um drama muito grande. Vamos continuar a dialogar com essas instituições e também com instituições relacionadas com o comércio local. Temos uma agenda na área da saúde, que nos parece prioritária neste momento, e vamos depois discutir matérias de mobilidade, escutar os lisboetas para compreender os novos desafios de mobilidade. Aí divergimos profundamente do Partido Socialista porque entendemos que as questões de mobilidade não resultam de uma imposição com base num modelo académico, mas sim das respostas às reais necessidades que a comunidade tem. Iremos ter com as instituições de solidariedade social e depois iremos ter com as pessoas…

Leia a entrevista completa na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.