O primeiro passadiço construído em Portugal serviu para proteger as dunas. Foi na década de 80, na Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, em Aveiro, e o objetivo era evitar que as pessoas caminhassem pela areia. Hoje, estes percursos forrados a tábuas de madeira multiplicam-se e a sua utilidade também evoluiu. É que grande parte dos passadiços construídos nos últimos anos têm uma finalidade lúdica. Desde os passadiços da ria de Aveiro, da ria do Alvor, da Barrinha de Esmoriz, da Reserva Ornitológica do Mindelo, em Vila do Conde, até aos passadiços do Paiva, em Arouca. Os exemplos são vários e as críticas também – os alertas começam nas questões ambientais e terminam nas económicas.
Só este ano, de acordo com o portal Base, site onde constam os contratos públicos, foram gastos mais de um milhão de euros, entre contratos para novas construções, reparações ou contratos para gestão de bilhética. Os passadiços do Paiva, um dos percursos mais conhecidos do país e que atrai centenas de pessoas todas as semanas, custaram, só este ano, 237 327,84 euros – o que representa praticamente 1/4 do total gasto até agora a nível nacional. Apesar dos gastos, para fazer este percurso de oito quilómetros é necessário pagar um bilhete de dois euros.
Os valores gastos com reparações, manutenções ou mesmo novas construções são, no entanto, muito inferiores aos valores registados em 2019. As obras para a construção dos passadiços do Vale do Mondego começaram em 2020 e os contratos, que foram assinados no ano passado – um de aquisição de madeiras e outro com uma empresa de construção –, custaram à Câmara Municipal da Guarda 2 733 710,94 euros.
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