Apesar das incertezas em relação à forma como vai ser feito o regresso às aulas face à pandemia, a verdade é que há regras que não podem escapar. A compra de material escolar é uma dessas exigências. A verdade é que a maioria das famílias portuguesas olham para esta tarefa como mais contas para pagar. De acordo com o estudo realizado pelo Observador Cetelem, está previsto gastarem, em média, 340 euros no regresso às aulas. Trata-se de uma poupança de 20 euros em relação ao ano passado.
A maior intenção de compra dos portugueses verifica-se este ano nos “bens essenciais”, ou seja, no material escolar, como mochilas, cadernos e canetas. “Essencial parece mesmo ser a palavra-chave quando se definem os gastos para este ano, uma vez que diminuem as intenções de compra nas restantes categorias”, diz o documento. E, dessa forma, os portugueses planeiam poupar reduzindo as compras de material para a prática de desporto, no material de apoio ao estudo e nos artigos de vestuário e calçado.
Para este ano, a categoria identificada como material escolar essencial são as mochilas, cadernos e canetas (96%). Em segundo lugar, e com uma descida de 19 pontos percentuais em relação ao ano passado, está o equipamento para a realização de educação física (70%). Também o material de apoio (59%) regista uma ligeira quebra nas intenções de compra (menos 5 pontos). Os artigos de vestuário e calçado são, contudo, aqueles que os portugueses consideram menos essenciais para este regresso à escola, com 48% das preferências (menos 40 pontos percentuais face a 2019)
O certo é que recorrer à reutilização de material e de livros escolares e não comprar tudo o que os filhos pedem são alguns dos truques utilizados cada vez mais pelos consumidores para fazerem face a estes gastos. Este não é um caso isolado e a maioria dos portugueses estão mais contidos na hora de comprar. Aproveitar as promoções dos hipermercados, das livrarias ou até mesmo das editoras é outra forma encontrada pelos pais para conseguirem comprar tudo a preços mais acessíveis.
Recorrer aos sites na internet das editoras e dos livros pode fazer toda a diferença no momento de pagar. Estes livros são exatamente iguais aos que poderia comprar numa loja física, mas as cadeias oferecem uma percentagem de desconto pela encomenda online, bem como outras condições favoráveis, nomeadamente portes gratuitos ou vales de desconto para compras futuras.
A escolha é variada: a Wook, a Porto Editora, o Continente (descontos em cartão tanto nos manuais como no material escolar), a Leya e a Bertrand oferecem descontos nas compras feitas online e as “promoções” poderão ser ainda maiores em determinados materiais, como dicionários e livros de preparação para os testes, etc. Mas os preços reduzidos não ficam por aqui. Os hipermercados também estão a fazer promoções ao material escolar nas suas páginas da internet.
Mas também aqui entra outra variante. Em Portugal, 80% dos encarregados de educação revelam ter uma opinião favorável à substituição dos manuais em papel por manuais digitais. De acordo com o estudo, 26% dos inquiridos concordam totalmente com esta transição e 55% concordam parcialmente. Por outro lado, 10% dos encarregados de educação inquiridos não concordam nem discordam, 6% discordam em parte e 2% discordam totalmente
Segundo o estudo, a concordância é maior entre inquiridos com estudantes no 3.o ciclo (85%) e menor no 1.o ciclo (73%), mas a maioria considera que esta seria uma medida positiva para o ambiente (89%).
Hipermercados As grandes superfícies continuam a ser os locais eleitos pelos consumidores para fazer compras. Os híper e supermercados são o local escolhido pela grande maioria dos portugueses (76%) para comprar o material escolar para o próximo ano letivo. No entanto, este ano verificou-se uma redução de 11% nas intenções de compra nestes estabelecimentos em relação ao ano passado.
“Os motivos que levam as famílias portuguesas a escolher as grandes superfícies comerciais parecem ser as ofertas e promoções (64%), mas também a conveniência (46%), porque é nestes locais que os encarregados de educação fazem muitas das suas compras habituais.
Cinco Dicas para Poupar
1- Fazer uma lista
Orçamento Antes de ir às compras, opte por fazer um levantamento de todo o material de que precisa e do dinheiro que tem disponível para gastar. Desta forma é mais fácil evitar aquisições impulsivas e supérfluas. Tente partilhar esse valor com o seu filho. Esta é uma boa altura para ensinar as crianças a gerir o seu próprio orçamento, a tomar decisões e a perceber como funciona o dinheiro.
2- Reutilizar material
Reciclar Pode também aproveitar esta altura para rever o que tem em casa e decidir o que pode ser reutilizado. Há sempre materiais que podem ser aproveitados de um ano para o outro. Aposte em reciclar o que pode ser usado, dando-lhe um aspeto mais novo e personalizado. Por exemplo, mochilas e estojos podem facilmente ser reutilizados num novo ano escolar.
3- Comparar preços
Analisar Os hipermercados já começaram as campanhas de regresso às aulas. A oferta é variada, há produtos para todos e a todos os preços. Por isso mesmo, antes de comprar, analise toda a oferta existente, esteja atento aos folhetos promocionais que recebe no correio e escolha quem apresentar os preços mais baixos. Pode também optar por comprar através da internet. Há casos em que é possível obter descontos na ordem dos 10%. Basta comparar.
4- Escolher marcas brancas
Reduzir fatura As marcas são mais caras do que os produtos de marca branca e cumprem a mesma função. Se optar pelos segundos consegue poupar largos euros na fatura final. Por exemplo, se está a pensar comprar uma mochila de marca, prepare-se para desembolsar mais de 30 euros, mas se optar pela compra de uma mochila simples, sem marca, à venda num hipermercado, a despesa não ultrapassará os cinco euros.
5- Ter cuidado com o crédito
Endividar-se Recorrer a um crédito pode ser uma ideia tentadora para fazer face aos gastos excecionais nesta altura do ano, mas há que ter cuidado. É necessário fazer muito bem as contas e ver se o seu orçamento familiar comporta mais um crédito, sobretudo se este implicar o pagamento de juros. Pode, no entanto, optar por fazer crédito sem juros, que é disponibilizado nalgumas lojas. Mas confirme se é mesmo zero por cento de juros.