Euro 2012. Caindo das nuvens do céu azul de Donetsk

Euro 2012. Caindo das nuvens do céu azul de Donetsk


Portugal chegou pela quarta vez às meias-finais mas acabou por ser afastado do jogo decisivo pela Espanha no desempate por grandes penalidades.


Tudo começou em Lviv, essa cidade que foi capital do reino da Galícia-Volínia e tem o nome escrito em todas as línguas, do alemão ao polaco, do russo ao húngaro e ao ucraniano, porque é à Ucrânia que pertence agora. Tudo começou com a habitual derrota frente à Alemanha, por 0-1, no primeiro jogo do grupo B, que viríamos a ultrapassar com maior ou menor dificuldade após as vitórias sobre a Dinamarca (igualmente em Lviv, 3-2) e sobre a Holanda (em Carcóvia, 2-1).

De dois em dois anos, desde 1996 para cá, pego no saco e no computador e vou pelos caminhos dos Mundiais e Europeus, sejam eles onde forem, agora até já de ano a ano se contarmos com a Taça das Confederações e com a Liga das Nações – que só obrigou a viagens até ao_Porto e a Guimarães – e descontarmos este maldito verão da pandemia que nos morde os calcanhares como um alcateia de lobos raivosos. Em junho de 2012, a seleção nacional, então de Paulo Bento, percorreu quilómetros pelo leste da Europa e eu também – Lviv, Kharkiv (que em português se escreve Carcóvia e não se deve confundir com Cracóvia), Varsóvia, Donetsk.

Recordo-me da melancolia de Carcóvia. Há sempre uma certa melancolia nos dias que se seguem às festas. Um vazio. O colorido esbatia-se._Cinco e meia da manhã. Ruas vazias de uma cidade que ferve de um calor inesperado. À medida que as seleções iam regressando a casa, caindo como as pétalas de uma flor, os adeptos abandonavam as avenidas e as praças: vulitsas e plochads.

 

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