Eduardo José Gomes Camassele Mendez, antigo jogador e treinador de futebol, faleceu esta quinta-feira aos 58 anos. Atual diretor-geral do Gil Vicente, Dito, como ficou conhecido no mundo do futebol, seguia de automóvel para Melgaço, onde os minhotos se encontravam a cumprir estágio, quando se sentiu mal. O dirigente foi assistido pelos médicos do clube gilista no local, tendo sido depois transportado para o hospital de Monção, onde as tentativas para salvar o antigo internacional português também se revelaram infrutíferas. O ex-jogador terá sido vítima de um ataque cardíaco.
Dito iniciou a sua carreira enquanto jogador no Sporting de Braga, passando depois por Benfica, FC Porto, Vitória de Setúbal, Sporting de Espinho, Gil Vicente, Torreense e Ovarense.
Durante duas décadas dentro dos relvados, no percurso do ex-defesa central destacam-se as conquistas da Liga portuguesa (1986/87) e da Taça de Portugal (1987), ambas ao serviço do clube da Luz.
Depois de pendurar as botas, no verão de 1996, seguiu-se a jornada de treinador. Dito orientou uma dezena de clubes portugueses, com ponto de partida no Esposende, em 1997. Seguiram-se SC Salgueiros, Desp. Chaves, Felgueiras, Portimonense, Ribeirão, Moreirense, Varzim, Famalicão e Covilhã. Em julho de 2019, Dito regressou ao Gil Vicente, desta vez para assumir o cargo de diretor-geral, função que desempenhava pela primeira vez.
Numa época marcada pelo regresso do emblema de Barcelos à i Liga, na sequência do caso Mateus, o clube orientado por Vítor Oliveira terminou no décimo lugar, com 43 pontos (dez acima da zona de despromoção).
Em comunicado publicado no Facebook, o Gil Vicente recordou “o sorriso e a boa disposição” do seu antigo jogador e dirigente.
Futebol português de luto
Também o presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Fernando Gomes, lamentou o desaparecimento do ex-internacional, “um homem que deu muito” ao futebol. “Foi com choque e enorme consternação que tomei conhecimento da morte de Dito, um homem que deu muito ao futebol português e que ainda tinha muito para dar no exercício das funções que desempenhava. Homem discreto e de caráter, deixa um vazio difícil de preencher”, pode ler-se numa nota publicada no site oficial da FPF.
Com o futebol português de luto, também a Liga reagiu à morte de Dito, através do seu presidente, Pedro Proença: “Foi com profundo pesar que soube da partida prematura do Dito, um ex-jogador e dirigente que nos deixa uma grande imagem de fair play e profissionalismo. Para além de um excelente profissional, o Dito era também um excelente ser humano que se pautou sempre por valores éticos de enorme respeito”. “A sua simpatia e alegria eram absolutamente contagiantes, e não tenho a mínima dúvida de que esta partida inesperada, que nos sensibiliza a todos, deixa a família do Futebol Profissional muito mais pobre. A toda a família gilista e a todos os adeptos de Futebol mas, acima de tudo, aos amigos e à família enlutada, deixo o meu mais profundo abraço”, acrescentou ainda o dirigente.
Já o Sp. Braga, clube em que Dito se formou e onde alinhou durante sete épocas (entre 1979 e 1986), endereçou “sentidas condolências” à família e amigos do “histórico atleta do clube”. Por sua vez, o Benfica sublinhou que ficará “para sempre na nossa memória a qualidade de um defesa central de referência”, lembrando ainda os dois troféus alcançados pelo ex-jogador com a camisola dos encarnados. Também o FC Porto recordou Dito, lembrando que o antigo defesa “trocou a Luz pelas Antas no verão de 1988, tendo realizado 19 jogos de azul e branco”.
Dito contou ainda com 17 internacionalizações por Portugal.