PAOK. Quando Toumba se juntava num grito contra a ditadura dos coronéis

PAOK. Quando Toumba se juntava num grito contra a ditadura dos coronéis


Chamam-lhe o Inferno Negro e é aí que o Benfica vai jogar no próximo dia 15. O estádio do PAOK foi um exemplo na luta pela liberdade.


O sorteio da UEFA mandou que o Benfica se desloque à Grécia, a Salónica, para defrontar o PAOK, e este será o quarto jogo oficial que os encarnados disputarão no Estádio Toumba, sabendo-se que já venceram os três anteriores: 1-0, 2-1 e 4-1. Só o nome do clube é de provocar cãibras na língua: Panthessalonikeios Athlitikos Omilos Konstantinoupoliton. É uma espécie de filho e herdeiro do antigo Hermes, fundado pela comunidade grega de Pera, em Istambul, em 1877. Com o advento da Guerra Greco-Turca, os gregos da Turquia viram-se obrigados a regressar a casa. Os que se instalaram em Salónica fundaram o AEK, que não tardou a mudar o nome para PAOK. Os que preferiram Atenas fundaram o AEK, que não deu em PAOK e se manteve orgulhosamente AEK de Atenas.

Não se pode dizer que o PAOK se tenha transformado num grande do futebol grego, mas é, indubitavelmente, o ferrenho defensor do orgulho da capital da Macedónia, da outra Macedónia, não da Macedónia agora independente – chamada oficialmente Macedónia do Sul – que fez parte da antiga Jugoslávia, mas a Macedónia de Alexandre o Grande, aliás, meio irmão de uma tal Tissalónica, casada com o rei Cassandro que, depois da morte de Alexandre, mandou matar a mãe deste, Olímpia, e o filho, Alexandre iv, num ato sanguinário sem escrúpulos na ânsia de se declarar monarca sem rivais.

Caminhemos no tempo. Para podermos contar aqui como o PAOK é merecedor de respeito ao longo da sua história de 94 anos. Entre 1967 e 1974, a Grécia ficou sujeita a uma ditadura de direita que ganhou o nome de Ditadura dos Coronéis.

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