Depois do entusiasmo enlouquecido de Portugal em 2004, com as suas bandeirinhas às janelas e o povo saindo para a rua para viver alguns dos momentos mais alegres dos últimos 40 anos neste país triste, cair na modorra da Suíça foi de apavorar hipopótamos. Parecia que, de alguma forma, os suíços desprezavam o seu Europeu e não estavam dispostos a conceder-lhe muito do seu tempo. Depois de ter vivido o Europeu-2004 e o Mundial-2006 por dentro, como assessor de imprensa de um grupo de amigos com ligações tão fortes que nos mantemos juntos até hoje, voltei ao trabalho que foi sempre a paixão mais vibrante da minha vida. Como dizia o meu antigo camarada e mestre, Alfredo Farinha: “Fui à procura da vida no meio da vida, ao encontro dos acontecimentos onde eles acontecessem, tentar conhecer os problemas dos homens, devassar o segredo das coisas desconhecidas, saber as razões dos êxitos e dos fracassos, contar histórias verídicas da paz e da guerra e analisar, comentar, criticar tudo o que visse e ouvisse, com lealdade, com verdade, com o desejo de esclarecer e de ser útil”. São esses os alicerces da profissão privilegiada de se ser jornalista. São esses os meus verdadeiros alicerces.
Nos primeiros dias de Junho de 2008 eu estava, portanto, em Genéve, à beira do Lago Léman. Ou melhor, tinha poiso em Évien-les-Bains, do lado de lá da fronteira francesa, onde o meu querido João Gonçalves, esse monstro do andebol de todos os tempo e companheiro de muitas e longínquas jornadas, arranjara um apartamento cuja sala me servia de redacção. Ia e vinha ao sabor do futebol. Portugal, como equipa, era ainda um mistério. Fora superlativo no Campeonato do Mundo da Alemanha onde entrámos convencidos, todos nós, de que poderíamos sair de lá vencedores e, mais uma vez, a maldição da França caiu sobre a nossa cabeça como o céu sobre a cabeça dos gauleses irredutíveis da aldeia da Armórica, por Toutatis!
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