A questão da bitola que divide opiniões e vai decidir o futuro da economia

A questão da bitola que divide opiniões e vai decidir o futuro da economia


O Governo optou por manter as linhas do corredor atlântico em bitola ibérica, pois garante que existe tecnologia que permite ligá-las à Europa. Críticos dizem estar em jogo o futuro das exportações. E exigem esclarecimentos.


O programa Ferrovia 2020, com o objetivo de modernizar a linha ferroviária nacional, continua a dividir opiniões na sociedade portuguesa. E a discussão tem mesmo vindo a “aquecer” nas últimas semanas, depois de um grupo de personalidades portuguesas ter enviado uma carta à comissária europeia dos Transportes, Adina Valean, alertando para a possibilidade de Portugal se tornar uma “ilha ferroviária” na Europa devido às opções do Governo.

Em causa está a opção do Executivo de António Costa de manter a bitola ibérica (a medida entre os carris) de 1668 milímetros em todas as linhas do país – incluindo as que integram o corredor atlântico para o transporte de mercadorias (que liga Portugal, Espanha, França e Alemanha) –, o que, na prática, vai tornar Portugal uma exceção na Europa, pois todos os outros países, incluindo a Espanha e os países de Leste, já adotaram a bitola europeia de 1435 milímetros (menor em 23 centímetros) nas linhas internacionais, de acordo com as recomendações da Comissão Europeia (e beneficiando, em grande medida, dos apoios ao investimento de Bruxelas).

Portugal arrisca-se, desta forma, a ficar isolado, mantendo a ligação a Espanha apenas através das linhas internas do país vizinho que se vão manter em bitola ibérica – mas já sem ligação internacional (ao centro e norte da Europa) –, perdendo assim a possibilidade de levar comboios até França e Alemanha.

O Governo insiste, todavia, que já existem soluções tecnológicas que permitem contornar o problema sem que seja necessário fazer o avultado investimento que representa a alteração da bitola.

Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.