Já vimos esta novela antes, mas, segundo novos rumores, que alegadamente partiram de um antigo oficial da Coreia do Sul, Kim Jong-un estará novamente em coma e, por isso, a sua irmã mais nova, Kim Yo-jong, de 33 anos, está a assumir cada vez mais responsabilidades e poderes na liderança do país.
A notícia foi divulgada por um ex-assessor do falecido Presidente sul-coreano Kim Dae-jung, Chang Song-min, que disse aos meios de comunicação sul-coreanos que o Líder Supremo da Coreia do Norte está bastante doente e, atualmente, encontra-se em coma. “Tive informações de que está em coma, mas que a sua vida ainda não acabou”, acrescentando que a irmã do governante se ofereceu para liderar o país.
Esta notícia surge poucos dias depois de espiões sul-coreanos terem revelado que Kim Yo-jong se tornou “segunda no comando” do país, liderando assim a condução das relações entre a Coreia do Sul e os EUA.
Apesar de ainda não ter sido designada como sucessora e de Kim Jong-un deter o poder absoluto, Kim Yo-jong está com cada vez mais autonomia. “Ainda não foi formada uma estrutura de sucessão completa, mas Kim Yo-jong está a ser levada para a frente progressivamente, uma vez que o vazio [no poder] não se pode manter durante muito mais tempo”, disse Chang Song-min.
A primeira aparição em pública de Kim Yo-jong aconteceu em março deste ano e a irmã de Kim Jong-un comparou a Coreia do Sul a “um cão amedrontado a ladrar” por ter protestado contra um exercício militar dos vizinhos do norte. Nesse mesmo mês, Yo-jong ainda elogiou Donald Trump.
A segunda no comando A ascensão de Kim Yo-jong no partido terá começado após esta ter acompanhado, no ano passado, o irmão mais velho na cimeira com o Presidente norte-americano, Donald Trump, no Vietname.
Ha Tae-keung, deputado que tem assento na comissão de informações da Assembleia Nacional sul-coreana, confirmou que Kim Jong-un atribuiu um certo grau de autoridade à irmã mais nova. “A questão fundamental é que Kim Jong-un ainda detém o poder absoluto, mas cedeu um pouco mais da sua autoridade em comparação com o passado”, citou o Guardian.
Além dos poderes delegados na irmã, o deputado confidenciou que Kim Jong-un também delegou poderes na tomada de decisões económicas e militares noutros funcionários.
Esta decisão, segundo Ha Tae-keung, deve-se não só à saúde frágil do líder norte coreano, mas também pode ser uma forma de evitar ser culpabilizado por más decisões e falhanços na gestão do país.
Estas revelações vêm à luz poucos dias depois de Kim Jong-un ter admitido que as sanções internacionais, a pandemia e as recentes inundações estão a afetar a economia do país, marcando inclusive para janeiro um congresso extraordinário do partido para elaborar um plano quinquenal de dinamização da economia.
O anúncio foi feito na última quinta-feira, durante uma sessão plenária do Partido dos Trabalhadores onde o ditador “falou sobre as falhas e conquistas” do regime desde a reunião anterior, em 2016, e defendeu a necessidade de adotar um plano de desenvolvimento de cinco anos para melhorar o fornecimento de energia e a produção agrícola e industrial da Coreia do Norte.
Kim reconheceu as deficiências económicas causadas por “desafios inesperados e inevitáveis” e “pela situação na região que rodeia a península coreana”, cita a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte.