Mamadou, a bófia não era uma bosta?


Quero começar este artigo fazendo duas declarações de intenção, a primeira, para que não haja qualquer confusão, condenando genuína e veementemente as alegadas ameaças que algumas deputadas e o próprio Mamadou receberam, e a segunda, (porque antevejo que o meu artigo possa ser enviesadamente observado), que o que me irrita em Mamadou não é a…


Quero começar este artigo fazendo duas declarações de intenção, a primeira, para que não haja qualquer confusão, condenando genuína e veementemente as alegadas ameaças que algumas deputadas e o próprio Mamadou receberam, e a segunda, (porque antevejo que o meu artigo possa ser enviesadamente observado), que o que me irrita em Mamadou não é a sua cor da pele e sim as anormalidades que diz. Anormalidades Históricas, políticas e pessoais.

A primeira anormalidade assenta na forma como avalia, critica e denigre a História portuguesa e a relação de Portugal e dos portugueses com as suas antigas colónias e comunidades africanas. Mamadou Ba é de origem Senegalesa. Que me lembre o Senegal não fez parte do império colonial português e muitas das considerações que faz sobre colonialismo talvez se apliquem ao francês ou ao belga mas ao nosso não, de todo.

Ao que acabo de considerar acrescem as curiosas e erradas avaliações que Mamadou faz de Abril de 1974, alargando-se em vastas mas disparatadas considerações sobre a evolução da sociedade portuguesa, quando  Mamadou só vem para Portugal largos anos depois da sua ocorrência, o que faz com que não tenha qualquer envolvência com o momento nem qualquer identificação cívica com o sucedido, independentemente do lado da barricada em que se colocasse.

Mamadou é apenas mais um individuo que encontrou na “moda” do racismo uma forma de sobreviver. Pessoal e politicamente. Tanto que se assim não fosse a “SOS Racismo” não existia. O juízo, em minha opinião, é simples: Mamadou alimenta a moda do Racismo porque o funcionamento da instituição que representa depende da sua existência. Existência, essa, que lhe vai permitir receber os alegados apoios que recebe do Estado para laborar, conglomerado este de condições que lhe garante um emprego e um nicho de intervenção política.

Mas o que hoje me leva a escrever, e que talvez caiba no âmago das anormalidades pessoais é a célebre frase que este individuo em tempo proferiu dirigindo-se às forças policiais como “a bosta da bófia”.

Quanto à expressão em si não há necessidade de grandes considerações porque é digna de um alarve. De um boçal. Portanto, tudo dito. Aquilo a que achei “imensa piada”, foi ver que o homem que catalogou as forças policiais e de segurança como trampa, é agora o mesmo homem que perante alegadas ameaças lhes vai pedir protecção. Digam lá se isto não é digno de um Óscar para melhor comédia?

Mais, este Mamadou é o mesmo sujeito que em 2016 defendeu o fim da PSP e da GNR mas que agora, após tê-lo sugerido, não tem vergonha na cara de lhes vir pedir auxílio. Haja coerência. Mamadou,  não tens vergonha de querer que, todos quantos, diariamente, arriscam a sua vida pela vida dos outros (e que por ti foram vilmente ofendidos), se tenham agora de sentir no dever de o fazer também por ti como se nada fosse?

Não estou com isto a apelar ao contrário. Como cidadão mereces o mesmo respeito e protecção que qualquer outra pessoa. Não estou a dizer que como pessoa não devas ser protegido como qualquer outra. Deves. Mas aquilo que devias ter aprendido em criança era que a cada direito corresponde um dever. E que só cumprindo um dever se pode invocar o exercício de um direito. Como não sabes o que é o primeiro não compreendes o segundo.

Este é o momento em que as nossas forças de segurança darão a Mamadou a lição de civismo e educação que lhe falta. Fá-lo-ão protegendo-o se for caso disso. Protegendo-o, não porque pessoalmente tenha feito por merecê-lo, mas porque as suas funções a isso obrigam. Sem olhar a quem.

É já hora de Mamadou Ba ter vergonha na cara. É já hora hora de Mamadou parar de maltratar a nação que o recebeu e que lhe dá alimento. O país que lhe permite, a meu ver erradamente, ter a influência que tem em determinados quadrantes da sociedade. Se Portugal fosse um país tão mau como Mamadou defende, e a esmagadora maioria dos portugueses, racistas inveterados como vem considerando, a Mamadou não lhe seria dada oportunidade sequer de limpar uma escada, quanto mais ser figura constante do mediatismo e activismo nacional.

(E para que não me chamem qualquer coisa, não há indignidade nenhuma em limpar uma escada que eu próprio muitas vezes já lavei a minha).

Rodrigo Alves Taxa

Escreve à sexta-feira