As escolas secundárias de Hong Kong vão começar o próximo ano letivo com manuais escolares revistos em que foram alterados ou eliminados temas democráticos, como desobediência civil ou sufrágio universal, em aplicação da lei de segurança.
Os seis editores responsáveis pela maioria dos manuais utilizados na disciplina "Estudos Liberais" aceitaram submeter-se a um programa de revisão voluntário, efetuado pelas autoridades educativas locais, que resultou na supressão de conceitos democráticos como separação de poderes, noticiou o South China Morning Post.
A disciplina cobre seis tópicos, incluindo Hong Kong, China contemporânea e globalização, participação política, o sistema jurídico da cidade e a identidade dos seus residentes.
O agora eliminado princípio democrático de que os poderes executivo, legislativo e judicial devem funcionar de forma independente tinha sido objeto de críticas por parte de setores pró-Pequim, incluindo do antigo líder do território Tung Chee-hwa, que no ano passado acusou o sistema educativo de Hong Kong de encorajar os jovens a participar nos protestos anti-governamentais.
Outras mudanças passam pel capitulo sobre desobediência civil, os novos textos enfatizam as consequências legais em que os participantes incorrem, e o conceito de "identidade" também foi alterado, fotografias de cartazes com as palavras "Sou um 'Hong-Konger'" e "Libertem a comunidade", nas versões atuais as imagens foram substituídas.
As escolas podem escolher entre as ofertas dos editores ou utilizar o seu próprio material para ensinar a disciplina, que desde 2009 é obrigatória para os alunos do ensino secundário, visando "reforçar o seu pensamento crítico, alargar os seus conhecimentos gerais e aumentar a sua consciência dos problemas contemporâneos".