Volta ao Portugal desconhecido. Segredos do Alentejo

Volta ao Portugal desconhecido. Segredos do Alentejo


Fugimos praticamente do litoral para um Alentejo mais interior tão prolífico em  “segredos” que o difícil foi escolher. De um alfabeto misterioso ao café que não tem uma única janela igual, eis o roteiro desta semana.  


Há quem o considere árido e agreste, mas o Alentejo recompensa generosamente todos aqueles que se lhe entregam. As planícies a perder de vista não esgotam os seus encantos: há uma autêntica aldeia subterrânea, uma escrita única na 
Península Ibérica e iguarias que crescem debaixo do solo. O Alentejo tem uma maneira própria de fazer as coisas que se traduz em saberes e sabores para descobrir sem pressas.

Onde as mouras encantam 

Não é à toa que Mértola é conhecida por Vila Museu ou a vila mais islâmica de Portugal: por aqui, os vestígios arqueológicos – de várias épocas, começando logo pelo Neolítico – estão por toda a parte, pelo que a Associação dos Arqueólogos portugueses aconselha, aos que vão com tempo, uma visita atenta ao concelho. Há vários itinerários que pode consultar na página do município e não se espante se, pelo caminho, encontrar uma moura encantada… Se for com as horas contadas, tem sempre a opção de ir ao Museu de Mértola e que lhe dará uma perspetiva única do legado islâmico no país. O museu está repleto de achados curioso, como uma torre de roca em osso, dos séculos XII-XIII.

Castelo de Evoramonte: os nós da concórdia

Situada a meio caminho entre Évora e Estremoz, a vila de Evoramonte ocupa uma posição estratégica que domina a paisagem em volta. A elevação é coroada por esta joia da arquitetura militar portuguesa do século XVI, construída sob a orientação dos irmãos Diogo e Francisco de Arruda. O exterior transmite sobretudo solidez, rigor e uma simetria perfeita. Os nós de pedra que adornam as fachadas quase podem ser vistos, à luz do que sabemos hoje, como símbolos de união e de concórdia: foi aqui que se assinou a Concessão de Evoramonte, que pôs fim à guerra civil de 1832-24 entre os irmãos D. Pedro e D. Miguel.

O primeiro alfabeto da Península

Sabia que, durante a Idade de Ferro, houve um povo que inventou a primeira escrita da península baseada num alfabeto? Chamavam-se Tartessos, habitaram as regiões da Andaluzia, Baixo Alentejo e Algarve e desenvolveram a chamada escrita do sudoeste. Em  Almodôvar, há um museu que preserva este conhecimento e que se chama precisamente Museu da Escrita do Sudoeste. É aqui que se guarda uma espécie de pedra da roseta deste alfabeto, uma estela de grande dimensão considerada um dos legados das mais importantes desta escrita.

Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i desta sexta-feira, dia 14 de agosto. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.