Regresso às aulas.  “É impossível que não haja casos, infelizmente vai acontecer”

Regresso às aulas. “É impossível que não haja casos, infelizmente vai acontecer”


Especialistas alertam para a necessidade de mecanismos para minimizar os impactos da propagação do vírus nas escolas. Diretores dos estabelecimentos de ensino preparam há semanas o novo ano letivo e garantem que este ano “a máscara vai passar a ser um material mais importante do que o manual”. Temperatura não será medida à entrada.


Os alertas para uma nova vaga de infeções têm sido dados pelos especialistas em saúde pública nos últimos tempos, mas certo é que, a acontecer, vai coincidir com o início do próximo ano letivo. E, pais a levarem os filhos à escola e alunos a deslocarem-se em transportes públicos são fatores que contribuem para aumentar o risco de infeção. “É impossível que não haja casos, infelizmente vai acontecer”, alerta Ricardo Mexia, presidente da Associação de Médicos de Saúde Pública, questionado a propósito daquilo que está a acontecer noutros países em que as escolas iniciaram a sua atividade e foram obrigadas a encerrar dias mais tarde por causa da identificação de casos positivos entre alunos e professores. 
“É muito difícil assegurar que não há nenhum caso nas escolas e, por isso, é preciso ter mecanismos que permitam, por um lado, segmentar as turmas e, por outro, fazer com que perante o surgimento de um determinado número de casos numa turma não seja necessário encerrar todo o estabelecimento de ensino”, defende o médico especialista em Saúde Pública. O facto de o mês de outubro estar já marcado pela possibilidade de uma nova vaga, representa, explica ao i Ricardo Mexia, “um desafio muito importante”, não só pelos alunos, mas também porque “o inverno tem uma maior circulação dos vírus respiratórios”. “Enxertar nos invernos, que já colocam muita pressão no Sistema Nacional de Saúde, uma pandemia, pode ter um impacto grande”, acrescenta o especialista, alertando, ainda assim, para um ponto positivo no meio destes novos tempos: “Fruto do distanciamento físico e da utilização das máscaras, é provável que os vírus respiratórios circulem menos este inverno”.

Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.