Uma nova implementação nas escolas que faz recordar o portátil Magalhães do Governo do antigo primeiro-ministro José Sócrates: dez estabelecimentos de ensino de norte a sul do país vão testar manuais escolares digitais no início do próximo ano letivo, já em setembro, segundo revelou ontem o secretário de Estado da Educação, João Costa. Mas, apesar de esta iniciativa ser vista com bons olhos por parte de diretores e associações de pais, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, admitiu ao i que, apesar de ser necessário ceder computadores aos alunos para também terem acesso aos manuais digitais em casa, o Estado não deve fazê-lo de forma gratuita, tal como foi feito em 2008 com os tão famosos Magalhães – computadores portáteis de baixo custo para crianças do primeiro ciclo.
“Que não se esqueçam da promessa que fizeram aos alunos. O primeiro-ministro [António Costa] disse que ia gastar 400 milhões de euros em material digital para os nossos alunos. E é preciso ceder computadores. Não sei se seria boa ideia ceder a título definitivo. Eu, se calhar, cedia por empréstimo. No tempo do Magalhães, o Estado deu computadores e considero que foi uma asneira. Deve ceder-se temporariamente para os alunos poderem trabalhar tanto na escola como em casa”, começou por dizer, realçando, no entanto, algumas vantagens dos manuais digitais: menos peso nas mochilas dos alunos – um tormento para grande parte deles – e menos árvores destruídas – utilizadas para a produção de papel.
“Vejo esta forma digital de ensinar mais atrativa para passar a mensagem aos nossos alunos. E, tendo em conta também a saúde deles, vão ter as mochilas mais leves, o que é uma grande vantagem. E o ambiente vai agradecer, vamos poupar muitas árvores que têm de ser abatidas para fazermos os manuais escolares em papel”, confessou Filinto Lima, que apelou ainda que haja “um equilíbrio entre o material digital e o físico”, não esquecendo a formação que diz ser necessária para os professores, no que respeita à “desmaterialização” e à “digitalização” dos manuais.
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