Os mosquitos caem mortos, sem energia para nos chuparem o sangue. À noite é igual. Uma brisa que ferve estala-nos a pele, ouço um som de pedra que se parte, e deve ser a fachada da Igreja da Misericórdia que acabou de rachar. Há vozes que entram no rio e ficam suspensas sobre as águas: no Local da Parvoíce, alguns teimam em combater a canícula à custa de conversas e de cerveja.
Os pássaros mantêm-se em voo baixo, as gaivotas baloiçam na corrente como barquinhos de papel que refletem a luz turva da lua, a Terra parece que respira devagar, com custo, dilatando-se e dilatando-nos da forma mais simples que a dilatação térmica nuclear ordena. Sinto os pulmões do universo abrirem os alvéolos na urgência de mais ar fresco.
Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.