“É preciso ação policial” no Desportivo das Aves, aponta presidente do Sindicato dos Jogadores

“É preciso ação policial” no Desportivo das Aves, aponta presidente do Sindicato dos Jogadores


Joaquim Envangelista diz que a situação atual do clube era “um desastre à espera de acontecer”.


O presidente do Sindicato dos Jogadores, Joaquim Evangelista, reagiu à situação atual do Desportivo das Aves, que o mesmo apelida de "um desastre à espera de acontecer", referindo-se à má gestão financeira do clube. O responsável diz ainda que é necessária "uma reflexão sobre a eficácia dos mecanismos de controlo financeiro". O líder do Sindicato apela ainda a uma "intervenção policial" na situação.

"A situação da SAD do Aves era um desastre à espera de acontecer e exige uma reflexão sobre a eficácia dos mecanismos de controlo financeiro e a capacidade destes mesmos mecanismos para proteger a integridade da competição. Disse-o e mantenho. Na situação atual da SAD do Aves, mais do que uma investigação de âmbito desportivo, é preciso ação policial. O que se tem passado é demasiado grave", afirma Joaquim Evangelista.

"Em março deparámo-nos com uma situação de incumprimento reiterado. A SAD do Aves chumbou no controlo salarial e o plantel de sub-23, em particular, apresentava uma situação crítica, sem receber qualquer salário desde finais de 2019. A maior parte destes jovens da equipa sub-23, até para as necessidades básicas, estava a passar dificuldades. A esses jogadores demos uma reposta imediata, através do Fundo de Garantia Salarial, mecanismo que ficou também à disposição do plantel principal. Desde essa altura que acompanhamos, esclarecemos dúvidas, procuramos estar ao lado dos jogadores que têm enfrentado, recordo, um contexto adverso, desde os vencimentos às condições de trabalho. Não aceito que neste momento se tentem desculpas de mau pagador", esclareceu o líder.

"Não tenho dúvidas de que o organizador da competição tudo fará para resolver os problemas que impedem o plantel do Aves de competir. Também não duvido do compromisso de jogadores e equipa técnica. Já tenho as maiores dúvidas que isto não se volte a repetir", aponta.

A finalizar, o líder do Sindicato aponta para outro problema: "O escrutínio dos investidores das SAD’s em Portugal é anedótico. Temos urgentemente de rever este regime e relação jurídica entre clube e SAD, na certeza de que é preciso a ação da justiça desportiva e penal nos casos onde, objetivamente, é de infrações disciplinares graves e de crimes que estamos a falar".