Os norte-americanos não têm a patente das festas ao estilo da roleta-russa. A moda das festas-covid, que se multiplicam agora nos Estados Unidos, surgiu nos anos 80, adaptada, claro, ao vírus que se propagava na altura e sobre o qual pouco se sabia, o VIH. Na altura, o chamado barebacking, ou sexo sem proteção, tinha como objetivo ganhar uma doença, aumentando assim a adrenalina durante o sexo. Quem participava nessas orgias já sabia que, à partida, ia ficar infetado. Mas muita gente queria ganhar, deliberadamente, uma doença.
No início dos anos 2000 começaram a surgir notícias sobre uma espécie de upgrade do barebacking. Era a roleta do sexo. Sendo o VIH um vírus que se transmite sexualmente, o que acontecia nestas festas era muito simples: um dos participantes estava infetado, mas ninguém sabia quem era e ninguém usava preservativo. Ao longo da noite, o objetivo era trocar várias vezes de parceiro sexual, aumentando assim as hipóteses de ficar infetado – muito parecido com o que acontecia na década de 80, com a diferença de que agora existe muito mais informação sobre a doença. No entanto, muitos dos envolvidos não participavam apenas uma vez nas festas, aumentando assim a probabilidade de estarem infetados ou de infetar outras pessoas, mesmo sem saberem.
Muitos casos foram reportados em Espanha e levaram os psicoterapeutas a dissertar sobre o assunto. Combinar o orgasmo com a adrenalina provocada pelo facto de não saber quem estava infetado era uma das explicações dadas.
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