O assessor Rui Rio e o menino Tonecas


Pese embora já sobre esta temática tenha escrito noutra sede e os comportamentos erráticos da personagem que os exerce em nada me surpreendam, julgo que, como em tudo na vida, até de uma situação menos boa se podem retirar mais-valias. Já todos tínhamos percebido que Rui Rio é, como líder do PSD, uma nódoa e,…


Pese embora já sobre esta temática tenha escrito noutra sede e os comportamentos erráticos da personagem que os exerce em nada me surpreendam, julgo que, como em tudo na vida, até de uma situação menos boa se podem retirar mais-valias. Já todos tínhamos percebido que Rui Rio é, como líder do PSD, uma nódoa e, enquanto suposto líder da oposição, estatuto que só tem pela história do PSD, uma verdadeira nulidade. No entanto, todos ficámos a saber, inclusivamente o próprio, que na verdade nasceu para ser assessor. Assessor de António Costa. Senão vejamos: aquando do Orçamento do Estado foi vergonhosa a atitude do PSD que, primeiro, queria reduzir o preço da luz e do gás, mas depois, à última hora, recuou, abstendo-se na votação. Por entre outras parvoíces que tais, como não apresentar nem querer discutir nada de ninguém, já mais recentemente, todos ouvimos Rio defender o fim dos debates com o primeiro-ministro nos moldes em que agora existem, numa suposta demanda pela elevação dos trabalhos parlamentares. Para quem, como ele, não abre a boca e quando abre é para que entre mosca, não compreendo qual é o problema de Rui Rio com os trabalhos parlamentares. Ou, eventualmente, percebo. Rui Rio não quer que o que resta do PSD se aperceba de que o partido se tornou o idiota útil de Costa. Pois eis que, quando pudéssemos ter achado que já tinha esgotado o pacote da graxa com o Executivo, Rio veio defender que as reuniões no Infarmed já não estavam a ser úteis e, portanto, deveriam igualmente acabar, circunstância que, de facto, acabou por acontecer. Quer dizer, Marcelo anunciou, para surpresa de todos os partidos, que sim, Costa, entretanto, já veio dizer que não, e, no meio disto tudo, ninguém percebe e Rio voltou a fazer figura de parvo. Posto isto, tal como não percebo qual é o problema de Rio com os trabalhos parlamentares, porque raramente lá marca presença, também não percebo qual o seu enfado com as reuniões do Infarmed porque, tendo eu ido a praticamente todas, só lá o vi duas vezes, uma delas por computador, e em nenhuma das duas o vi colocar uma questão que fosse aos especialistas presentes. Portanto, no meio de tudo isto, uma coisa é certa: todos descobrimos o papel perfeito para Rui Rio, a saber, assessor de Costa. E o PSD pode bem mudar a sigla para PSB. Uma vez que Rio já disse que, se não fosse Sá Carneiro, poderia ter sido do PS, então, volvidas quatro décadas da partida deste, ainda vai a tempo de assinar contrato e para lá se mudar. Fora tudo isto, anda pr’aí um valentão de azul-cueca que cada vez que abre a boca é o maior lá da rua dele. Uma rua onde não sei se já percebeu que está praticamente sozinho. Quando abre a boca impõe condições, não ataca, como devia, a esquerda, e tenta copiar o único líder da única direita com quem tanto gostava de parecer-se, mas não consegue. Começou por ser Chicão, rapidamente passou a Chiquinho e, a meu ver, revelou-se apenas chico-esperto. Faz lembrar assim uma espécie de menino Tonecas que cada vez que abre a boca é para dizer uma bacorada qualquer. É neste nível que está a suposta oposição de direita: de um lado, um assessor frouxo e empoeirado; do outro, um menino Tonecas que o único medo que causa nos adversários é pelos olhos esbugalhados com que encara o universo. Tranquiliza-me a alma saber que os portugueses percebem já quem e qual é a verdadeira e única oposição. Bem como o rosto que a representa.

Escreve à sexta-feira