BdP. Mandato de Carlos Costa chega hoje ao fim, dez anos depois. Não vai deixar saudades

BdP. Mandato de Carlos Costa chega hoje ao fim, dez anos depois. Não vai deixar saudades


Queda de BES e Banif, recapitalizações financeiras, espanholização do setor e redução de estruturas dos bancos marcaram os dois mandatos do ainda governador do banco central. Carlos Costa foi ainda “ameaçado” de exoneração, mas acabou por cumprir o mandato até ao fim. Economistas ouvidos pelo i reconhecem que “balanço não pode ser positivo”.


Carlos Costa acaba hoje o segundo mandato à frente do Banco de Portugal (BdP). Foi eleito pela primeira vez para liderar o órgão regulador em 2010, pelas mãos do Governo socialista de José Sócrates, para suceder a Vítor Constâncio (que foi ocupar o cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu). Acabou por ser reconduzido no cargo em 2015, pelo Executivo PSD/CDS-PP liderado por Passos Coelho, mas desde o início deste ano que se sabia que não seria reconduzido e o seu futuro já estava traçado. “No final do mandato do governador, o Governo exercerá a sua competência e designará um novo governador”, declarou o primeiro-ministro, em março. Dez anos depois, o balanço não é positivo, como admitem os economistas ouvidos pelo i.

Durante uma década, o ainda governador do Banco de Portugal – que terá de continuar em funções até que o seu sucessor seja eleito (ver texto ao lado) – teve de lidar com a entrada da troika no país e com a obrigação dos bancos de terem de limpar as suas contas. Libertarem-se do crédito malparado foi a palavra de ordem – uma exigência que obrigou as instituições financeiras a terem de pedir ajudas financeiras ao Estado que entretanto foram já reembolsadas. Durante o seu mandato caíram dois bancos: Banco Espírito Santo (BES) e Banif. A queda do banco liderado por Ricardo Salgado foi eleita pelos economistas contactados pelo i como um dos piores momentos e intervenções de Carlos Costa.