Na casa do “Big Floyd” ainda muita coisa está como ele deixou. As paredes exteriores cor de tijolo, as janelas escancaradas e o jardim à volta continuam iguais. Deve ser o único recanto dos EUA que permanece inalterado. Até o Chrysler, matrícula BRT-590, está parado no mesmo sítio. Alvin Manago, um dos dois amigos com quem vivia, revela à Globo que a última vez que viu George Floyd este estava a rezar na parte de cima de umas escadas com Theresa Scott, a mulher com quem ambos partilhavam a casa.
“Rezaram durante muito tempo. Foi mais demorado do que aquilo que era usual, eu apercebi-me disso, porque naquele dia foi diferente, mas não sei porquê”, contou Alvin, sem esconder a sua emoção.
George Floyd era um homem grande, com um passado ligado ao crime e um presente que fazia crer que isso havia ficado para trás. A mudança para Mineápolis – nascera na Carolina do Norte e ainda viveu no Texas – representou para quem o conhecia essa fuga ao mundo do crime. Aliás, algumas das descrições do ‘gigante gentil’, que morreu aos 46 anos, aos joelhos de um polícia que o intercetou após ter sido apresentada uma queixa por uso de uma nota falsa, levam a crer que não teria gostado de ver a sua cidade adotiva a ferro e fogo após a sua morte.
“Acordar esta manhã e ver Mineápolis a pegar fogo seria algo que devastaria Floyd”, contou Courteney Ross, ex-namorada de Floyd. Ao jornal Star Tribune, do estado do Minnesota, Ross explicou ainda o que o prendia ao local onde acabou morto: “Ele amava a cidade. Ele veio para cá e ficou aqui pelas pessoas e pelas oportunidades”.
Outra ex-namorada, Roxie Washington – mãe de um dos seus três filhos –, também explicou à imprensa que o seu aspeto físico muitas vezes enganava: “As pessoas confundiam-no, porque ele era tão grande que elas pensavam que ele era uma pessoa que lutava. Mas não, ele era uma pessoa amorosa”.
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