Custo de vida. Lisboa cai no ranking mas preços não desceram

Custo de vida. Lisboa cai no ranking mas preços não desceram


Lisboa desceu 11 posições no ranking das cidades mais caras do mundo e ocupa agora a 95.ª posição, principalmente devido ao custo da habitação. Ainda assim, o preço da gasolina na capital portuguesa continua a ser dos mais elevados.


Lisboa saiu oficialmente do top-100 das cidades mais caras do mundo para os expatriados. Os dados constam no estudo “Cost of Living 2020” da Mercer e revelam que a capital portuguesa é a 106.a cidade mais cara para se viver, tendo caído do lugar 95, que ocupou no ano passado.

A lista é liderada por Hong Kong, seguindo-se Ashgabat, no Turquemenistão, Tóquio, no Japão, Zurique, na Suíça, Singapura, Nova Iorque, Xangai, na China, Berna e Genebra, na Suíça, e ainda Pequim, na China. Do lado contrário, como a cidade mais barata do mundo, está a Tunísia.

Um dos bens que em Lisboa é dos mais caros tendo em conta as restantes cidades do ranking é a gasolina 95, cujo preço em Lisboa é de 1,61 euros por litro. Ainda assim, por outro lado, e em comparação com a cidade mais cara para viver, no preço médio dos produtos de limpeza – que incluem antisséticos, produtos de limpeza de casa ou detergente para a máquina de lavar loiça –, a capital portuguesa apresenta um custo médio de 32,90 euros e Hong Kong, a cidade mais cara do mundo para expatriados, apresenta um valor médio de 37,80 euros.

No entanto, ter caído 11 posições no ranking significa que a capital portuguesa ficou mais barata? Talvez não. Tiago Borges, líder de rewards da Mercer Portugal, explica ao i que, “neste caso, os preços em Lisboa não desceram”. “Quando o estudo indica uma ‘descida’ no ranking de custo de vida temos de ter sempre em consideração que se trata de uma descida em termos relativos”, justifica o responsável.

Assim, a queda no ranking pode ser explicada por vários fatores, “como uma desvalorização relativa do euro durante o último ano face a outras moedas (como dólar, libra e iene), o que, por si só, torna Lisboa relativamente mais barata face a outras cidades”. Mas este não é o único fator: “Além disso, determinados itens, como o preço da habitação (que contribuiu para a subida de Lisboa em rankings passados), embora tenham continuado a subir, subiram menos no último ano comparativamente com outras localizações”, acrescenta ainda o especialista da Mercer Portugal.

Por estas razões, “é importante ressalvar que esta descida do ranking de custo de vida de Lisboa não significa necessariamente que a cidade esteja mais barata em termos absolutos (e, em particular, para os seus residentes)”, diz ao i.

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