Vítor Dias divide o quarto com o companheiro Macedo. Conheceram-se na Pousada da Juventude do Parque das Nações, em Lisboa, e, quando foi para ali, Vítor não imaginava que fosse assim. “Temos o luxo de ter uma casa de banho privativa. Já me tinham dito como era, já vinha mais ou menos preparado para isto, mas nunca pensei que fosse assim tão bom”, contou ao i o homem de 64 anos, que precisou de um teto assim que começou a pandemia.
O luxo da Pousada da Juventude do Parque das Nações que Vítor descreve, sentado na sua cama, tem como termos de comparação o pavilhão do Casal Vistoso, o albergue da Tapadinha, na Ajuda, e a rua – que foram os sítios por onde passou até chegar ao Parque das Nações. Já tem “três meses disto”, que começaram com nove dias a dormir nas escadas da igreja de Arroios.
“Procurei sempre um sítio sossegado. Quer se queira quer não, as pessoas que vivem na rua criam hábitos”, contou Vítor Dias, acrescentando que esses hábitos não são saudáveis. Depois foi encaminhado para o pavilhão do Casal Vistoso, mas lá “estavam pessoas sem caráter, sem personalidade, pessoas marginalizadas, e só a companhia delas faz mal”. O albergue em Alcântara ficou no meio quando a conversa é sobre condições, e no topo está a Pousada da Juventude. “Aqui é uma exceção, vieram as melhores pessoas de todas as instalações”, acrescentou.
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