Construção. Portugal em contraciclo com empresários e trabalhadores otimistas

Construção. Portugal em contraciclo com empresários e trabalhadores otimistas


A construção civil em Portugal contornou a pandemia e o confinamento face aos outros países europeus afetados pela covid-19. Patrões e trabalhadores uniram-se e a quebra de atividade pouco se fez notar. Agora partilham a mesma “confiança moderada” em relação ao futuro.


O setor da construção civil em Portugal vive, atualmente, em contraciclo com o grosso da atividade económica do país, resistindo ao contexto pandémico sem problemas de maior, tanto para as empresas como para os trabalhadores.

Os planos de contingência, focados na segurança e na higiene no local de trabalho, decretados logo em meados de março pelas associações de patrões, cumpriram aparentemente a sua função, permitindo que a (esmagadora) maioria das obras nunca fosse interrompida, mesmo quando praticamente todo o país estava suspenso, fechado em casa, durante o estado de emergência.

Feitas as contas, o setor da construção civil em Portugal diminuiu 3,5% em março face ao mesmo mês de 2019, ou 4,2% em comparação com fevereiro deste ano – um impacto incomparavelmente baixo em relação a outros setores de atividade. E um feito ainda mais notável quando verificados os números anunciados pelo Eurostat, que revelam uma queda na construção civil na zona euro de 15,4% em termos homólogos ou de 14,1%, face a fevereiro, ou uma quebra na União Europeia de 13,4% em comparação com o ano passado, ou de 12,0% em relação a fevereiro.

Os valores da média nacional, muito abaixo da estatística europeia, ficam assim longe do cenário apurado noutros países – como, por exemplo, França (com um recuo de 41,2%), Itália (-34,4%) ou Bélgica (-23,2%) –, onde a pandemia obrigou a medidas governamentais de confinamento para o setor, e são totalmente o oposto do caso da vizinha Espanha que, durante este período, suspendeu por completo a atividade.

Setor unido para avançar O exemplo do “bom aluno” português teve inclusive o condão de instalar no setor da construção civil em Portugal um clima de união e paz social entre patrões e trabalhadores, alinhados na vontade de manter as operações no presente e os planos para o futuro.

Ao i, Nuno Garcia, diretor-geral da GesConsult, empresa de gestão e fiscalização de obras, e membro da Ordem dos Engenheiros, confirmou que “as obras que estavam em andamento mantiveram-se assim”, beneficiando, sobretudo, de um contexto saudável anterior à pandemia.

Leia o artigo completo na edição impressa do jornal i. Agora também pode receber o jornal em casa ou subscrever a nossa assinatura digital.