Presidente defende que empréstimo ao Novo Banco só deveria ter sido feito após resultado de auditoria

Presidente defende que empréstimo ao Novo Banco só deveria ter sido feito após resultado de auditoria


Presidente elogia Costa e revela que fazia mais sentido que os 850 milhões só ‘chegassem’ ao Novo Banco depois da divulgação dos resultados.


O chefe de Estado defendeu, esta quarta-feira, que é “politicamente diferente” o dinheiro ter sido injetado antes ou depois de serem conhecidos os resultados da auditoria ao Novo Banco.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, a garantia dada pelo primeiro-ministro no debate quinzenal, cuja informação foi corrigida pouco depois, era o que fazia mais sentido.

“O Estado português cumpre o que tem de cumprir, assumiu um compromisso, tinha de cumprir o compromisso”, começou por dizer.

Mas, continuou, “havendo uma auditoria cobrindo o período ate 2018, auditoria que eu tinha pedido há um ano, faz todo o sentido o que disse o senhor primeiro-ministro no Parlamento é que é politicamente diferente estar a assumir responsabilidades dias antes das conclusões de uma auditoria, ou a auditoria ser concluída dias antes do Estado assumir responsabilidades. Estava anunciado para maio o processo conclusivo da auditoria cobrindo 2000 a 2018”.

Recorde-se que em causa está a concessão do empréstimo de 850 milhões de euros feito pelo Ministério das Finanças, liderado por Mário Centeno, ao Fundo de Resolução para a injeção no Novo Banco, da qual António Costa só foi informado depois de ter garantido no Parlamento que o empréstimo só seria feito após o resultado da auditoria.

“O primeiro-ministro esteve muito bem no Parlamento quando disse que fazia sentido que o Estado cumprisse as suas responsabilidades, mas naturalmente se conhecesse previamente a conclusão da auditoria”, reiterou.

As declarações do Presidente da República foram feitas após a visita à fábrica da Autoeuropa, em Palmela, onde esteve também o primeiro-ministro.