Uma louca estrangulou outra no Hospital Miguel Bombarda e, de repente, Portugal começou a preocupar-se com os seus loucos. Que eram muitos, pelos vistos. Para cima de 14 mil, afirmavam, sérias, as estatísticas. E por onde andavam eles? A pergunta fazia sentido. Fazia todo o sentido. Porque, diziam as mesmas estatísticas, apenas 2118 estavam internados em instituições para alienados. Convenhamos que era muito louco por aí, ao Deus dará.
O dr. Sobral Cid, do alto da sua sapiência, veio alertar para o problema dos hospitais para malucos, a começar por aquele que dirigia precisamente o Miguel Bombarda. Uma falta de pessoal confrangedora. Devia haver, no manicómio, 11 médicos alienistas, um subdiretor e um médico adjunto: havia apenas quatro, mais o diretor. Deviam estar ao serviço dois médicos policlínicos, e só estava um. Em vez dos necessários 90 enfermeiros de 1.a classe, só dispunha de 29. O mesmo com as enfermeiras: em vez de 67, eram 29.
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