Com os ginásios fechados, as aulas online têm sido um sucesso para quem não quer perder o ritmo no que respeita ao exercício físico. A tecnologia tem-se apoderado de quem quer manter a forma nesta fase de pandemia, mas o fim do estado de emergência em Portugal devido à covid-19 termina já no próximo sábado, dia 2 de maio, e o hábito de quem costuma usar a própria casa para fazer exercício físico pode vir a ser um problema para a possível reabertura iminente dos ginásios, que precisam de utentes para se manterem abertos.
Ao i, o presidente da Associação de Ginásios e Academias de Portugal (AGAP), José Carlos Reis, explicou que é normal que, nestes primeiros períodos de “insegurança” e “desconfiança”, as pessoas não se desloquem até aos ginásios, mas garante que as aulas online vão acabar por ter um papel residual. “Acho que o digital não vai roubar clientes às aulas presenciais. Nos Estados Unidos e na Europa, nunca ultrapassou os 7 ou 8% de utilizadores e, em Portugal, acredito que vai acontecer o mesmo”, começou por referir, indicando, no entanto, que o digital vai continuar muito forte durante meses.
“Mesmo quando o Governo determinar que os ginásios podem abrir, acredito que o que vai acontecer é que, nos primeiros tempos, só 20 ou 30% dos clientes vão ao ginásio. E o online vai manter-se muito forte. Acho que vai manter-se assim durante meses, até termos uma vacina”, reforçou.
A tecnologia tem tido um papel fundamental nos tempos que correm e o futuro é incerto quanto ao novo coronavírus. E apesar de não acreditar que os ginásios abram “já em maio”, José Carlos Reis defende a ideia de que todos os clubes terão de dar a possibilidade aos alunos de ter aulas online futuramente. “Os clubes vão ter de tornar disponível a parte presencial e também o online, ou seja, as duas vertentes. Já existem aulas online nos Estados Unidos e na Europa há mais de dez anos. Em Portugal, não era hábito, e esta pandemia fez com que houvesse aqui uma aceleração para o digital”, considerou, dizendo que o importante é que as pessoas pratiquem exercício físico – algo positivo que o novo coronavírus trouxe.
“Finalmente começou a dar-se valor ao exercício físico. Parece que as pessoas perceberam que o exercício físico é a resolução dos problemas de toda a gente. E isso é fundamental. Acho que é fundamental para o nosso setor e penso que pode ser uma grande impulsão para o futuro, não agora, nesta fase de desconfiança”, lembrou.
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