Esta será uma Páscoa como nenhuma outra, de Portugal ao Vaticano, de Madrid a Jerusalém, passando pela América Latina até às Filipinas. Na história recente, nunca houve um encerramento tão completo dos serviços religiosos como nesta guerra contra o inimigo invisível, o novo coronavírus – nem sequer durante a Segunda Guerra Mundial.
Será uma Páscoa em casa, online, sem missas presenciais nem procissões: para os católicos, que dão tanta ênfase ao aspeto comunitário da religião, não é fácil. «Não estando reunida a assembleia há algo que fica empobrecido», admite ao SOL José Miguel Pereira, reitor do Seminário Maior de Cristo, nos Olivais.
«Mas o aspeto comunitário não se esgota apenas em estarmos reunidos proximamente, do ponto de vista físico», considera o padre, para quem o desafio da pandemia apresenta oportunidades: provocou uma certa criatividade «para oferecer acompanhamento a quem não pode vir à celebração, os que estão doentes, reclusos, etc», por telefone ou videochamada.
«Desde as primeiras celebrações, que os cristãos faziam, perseguidos, nunca houve uma Semana Santa tão verdadeira», considera Anselmo Borges, padre e professor de Filosofia na Universidade de Coimbra. «Depois, as pessoas entretinham-se, com grandes procissões, muitas vezes com ostentação», mas não este ano. No sábado de Páscoa, os cristãos vivem o horror da morte de Cristo, à espera da esperança de domingo. Como agora, garante o sacerdote.
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